Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gadelha, Carlos Jorge Maciel Uchoa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=105919
|
Resumo: |
As doenças cardiovasculares (DCV) são consideradas as principais causas de morte no mundo, e os eventos trombóticos ocupam maior parte do total de mortes por DCV. Existem mecanismos distintos entre a trombose arterial e venosa, resultando em três principais desfechos: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e trombose venosa profunda. A terapia convencional apresenta várias desvantagens e efeitos adversos, sendo importante a procura por novas abordagens terapêuticas. Diversos quadros clínicos requerem a combinação de mais de um agente antitrombótico, como a inibição por via dupla (IVD) que utiliza a associação de um antiplaquetário e um anticoagulante que atue por inibição direta. Resultados experimentais obtidos com os polissacarídeos extraídos com a planta Libidibia ferrea, da família Fabaceae, também conhecida como Caesalpinia ferrea, demonstraram os efeitos antiplaquetário e anticoagulante, in vitro, e as atividades antiplaquetária e antitrombótica após tratamento por via oral. Neste estudo objetivou-se investigar os efeitos, antiplaquetário, anticoagulante e antitrombótico do extrato polissacarídico de L. ferrea (EP-Lf) associado a rivaroxabana (RIVA), um inibidor direto do fator Xa da cascata da coagulação, após tratamento por via oral em ratos. O pó seco (5 g) das cascas do caule de L. ferrea foi delipidado e despigmentado com álcool metílico, os polissacarídeos extraídos com NaOH 0,1 M, precipitados em álcool a 96% e desproteinizados (ácido tricloroacético), originando o EP-Lf. Os grupos associação EP-Lf+RIVA, RIVA, EP-Lf e controles negativos (água ou DMSO) foram utilizados em ensaios de agregação plaquetária induzida por adenosina difosfato-ADP (in vitro) e coagulação sanguínea nos testes do tempo de tromboplastina parcialmente ativada-TTPA e de protrombina-TP, in vitro e ex vivo (tratamento via oral), trombose venosa induzida por hipercoagulabilidade e estase e por cloreto férrico (FeCl3), tempo de sangramento e avaliação da concentração de glutationa reduzida (GSH) no plasma dos animais tratados por via oral. A associação do EP-Lf (0,1 µg/µl ) + RIVA (0,5 µM) prolongou o tempo de coagulação (2,7x) pelo teste do TTPA e TP (2,5x); o EP-Lf (200 µg/µl) exerceu efeito antiplaquetário na presença (40,7%) e ausência (39,3%) de RIVA (0,5 µM); o tratamento por via oral com a associação EP-Lf (5 mg/g) + RIVA (0,1 mg/kg) apresentou efeito antitrombótico superior aos tratamentos com os compostos isolados após 90 minutos (51%; dose única) e 7 dias (59%) no modelo de trombose induzida por estase e hipercogulabilidade. Na trombose induzida por FeCl3, o EP-Lf (5 mg/kg) isolado (25%) ou em associação com RIVA (0,1 mg/g) (33%) apresentou efeito antitrombótico, enquanto o grupo tratado com RIVA (0,1 mg/kg) mostrou apenas uma tendência de redução da formação trombótica. O tempo hemorrágico avaliado após o tratamento com a associação (1,4x) não diferiu dos tratamentos com os compostos isolados (EP-Lf 1,7x e RIVA 1,4x). A dosagem plasmática de GSH revelou aumento significativo nos grupos tratados com o EP-Lf (5 mg/kg: 90%) isolado ou em associação com RIVA (0,1 mg/kg: 93%). Conclui-se que a associação EP-Lf+RIVA potencializa o efeito anticoagulante pela via intrínseca e/ou comum da coagulação sanguínea, inibe a agregação plaquetária in vitro e a trombose venosa, com aumento nas concentrações de GSH plasmáticos na trombose induzida por FeCl3, sem causar aumento no tempo hemorrágico. Palavras-chave: Polissacarídeos de plantas. Caesalpinia ferrea. Hemostasia. Trombose. |