Nanoemulsões de alginato e óleo essencial de Eucalyptus staigeriana: produção, caracterização, toxicidade e atividade anti-helmíntica sobre nematoides gastrintestinais de pequenos ruminantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Araujo Filho, Jose Vilemar De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106077
Resumo: O parasitismo por nematoides gastrintestinais (NGI) é uma grave ameaça a ovinocaprinocultura e com o aparecimento e disseminação da resistência anti-helmíntica (RA), novas alternativas de controle são necessárias. O óleo essencial de Eucalyptus staigeriana (OEEs) apresenta atividade anti-helmíntica, e o desenvolvimento de formulações visando o seu encapsulamento usando matriz de alginato de sódio (ALG) pode ser vantajoso para aumentar sua estabilidade e eficácia. Objetivando-se desenvolver emulsões de ALG e OEEs para o controle de NGI de pequenos ruminantes, a metodologia foi realizada em três fases. Na fase 1, cujo objetivo foi caracterizar uma população de Haemonchus contortus, nomeada “Caucaia”, quanto à RA, realizou-se a comparação entre testes fenotípicos de eclosão de ovos (TEO), desenvolvimento larvar (TDL) e redução de ovos nas fezes (TRCOF) e genotípico por qPCR para benzimidazois (BZs) e levamisol (LEV). Houve concordância entre TEO, TRCOF e qPCR para BZs, e entre TDL e qPCR para LEV. A população Caucaia foi considerada resistente a BZs, lactonas macrocíclicas, LEV e suspeita para monepantel. Na fase 2, objetivou-se desenvolver emulsões de ALG e OEEs, caracterizá-las e avaliar seus efeitos in vitro sobre eclosão de ovos e desenvolvimento larvar de H. contortus. Quatro emulsões foram preparadas com proporções variadas de Tween 80, OEEs e ALG 4%, caracterizadas físico-quimicamente e avaliadas no TEO e TDL. As emulsões foram estáveis, com tamanho de partícula predominantemente nanométrico e potencial zeta negativo. As emulsões foram mais efetivas que o OEEs no TEO, com concentração efetiva 50% (CE50) de 0,088 a 0,150 mg/mL para as emulsões e 0,308 mg/mL para OEEs. No TDL, emulsões e OEEs foram semelhantes, com CE50 variando de 3,91 a 4,60 mg/mL para emulsões e 4,17 mg/mL para OEEs. Portanto, emulsões de ALG e OEEs foram produzidas com sucesso, sendo a emulsão 2 (E2), com menor razão Tween 80/OEEs e ALG/OEEs, considerada a melhor e com potencial para o controle alternativo de H. contortus. Na fase 3, objetivou-se avaliar E2 in vitro contra H. contortus adultos, sua toxicidade aguda e atividade in vivo contra NGI. Foram realizados os testes de motilidade do adulto (TMA), avaliação por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e confocal de varredura a laser (MCVL). A dose letal 50% (DL50) de E2 foi verificada e o TRCOF foi realizado contra NGI da população Caucaia. No TMA, OEEs e E2 inibiram a motilidade de H. contortus e nas concentrações de 0,4 e 0,6 mg/mL, E2 foi mais efetiva que o OEEs. As imagens de MEV e de MCVL demonstraram alterações estruturais, principalmente, enrugamento de cutícula. A DL50 estimada da emulsão foi superior a 2.000 mg/kg. No TRCOF, a eficácia do OEEs e de E2 foram similares, com 54,2% de redução no opg pós-tratamento. Portanto, E2 demonstrou efeito promissor contra H. contortus adultos in vitro, segurança toxicológica e atividade contra NGI in vivo. Dessa forma, foi possível produzir e caracterizar, de forma bem-sucedida, emulsões de ALG e OEEs, que demonstraram estabilidade e atividade anti-helmíntica contra NGI de pequenos ruminantes, com potencial para aplicação em futuros esquemas de tratamento alternativo.