A NOVA GEOGRAFIA DO COCO: REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA, TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL E DINÂMICAS SOCIOESPACIAIS

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: CAVALCANTE, LEANDRO VIEIRA
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Indústria agrícola - Coco - Brasil
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=83732

<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">O objetivo principal deste trabalho é compreender como se organiza a nova geografia do coco,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">evidenciada a partir de uma reestruturação produtiva que atinge nacionalmente esse setor há</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">aproximadamente duas décadas e que provoca o desenrolar de novas e importantes dinâmicas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">socioespaciais. Enquanto em períodos anteriores não existia um cultivo intensivo de coco no</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">país, uma vez que era produzido sobretudo em comunidades litorâneas e em pequenas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">quantidades sob os moldes do extrativismo, atualmente observamos o desenvolvimento de um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">novo modelo de produção do fruto em virtude da reestruturação produtiva em curso. Esse</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">processo pode ser caracterizado, entre outros, pela incorporação de novas tecnologias ao cultivo</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de coco, pela expansão dos cultivos de coqueiro geneticamente modificado, pela popularização</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e internacionalização do consumo de água de coco, pela dispersão espacial da produção de coco</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e sua consequente especialização territorial, pelo aumento da quantidade produzida e da área</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">plantada com o fruto e pela consolidação de seu setor agroindustrial. Tudo isso vem acarretando</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">uma série de implicações no uso e ocupação do espaço agrícola e na organização das relações</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sociais de produção do fruto, a exemplo do que é observado nos municípios que cultivam coco</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">no Ceará. Com efeito, esta pesquisa se dedica a analisar os principais rebatimentos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">socioespaciais advindos com a reestruturação produtiva do setor do coco em território cearense,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">focando principalmente na configuração dos espaços nos quais esse processo se materializa e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">na atuação dos agentes aí inseridos, visando apresentar o desenvolvimento dessa nova geografia</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">do coco. Para tanto, baseamo-nos em uma metodologia constituída basicamente por um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">levantamento bibliográfico acerca da temática, pela organização de um banco de dados</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">contendo diversos indicadores qualitativos e quantitativos, pela elaboração de uma hemeroteca</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e pela realização de trabalhos de campo em alguns dos mais importantes municípios cearenses</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">produtores de coco. A partir da consecução desta pesquisa concluiu-se que, ao ter seu sistema</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">produtivo modificado e ao passar a ser produzido em novos espaços, o moderno cultivo do fruto</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">induziu o desenrolar de dinâmicas anteriormente não observadas, alterando a forma e o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">conteúdo espaciais, que foram reorganizados visando atender a expansão e a consolidação da</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">produção intensiva de coco. A materialização dessa reestruturação produtiva mostrou</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">especialmente quanto esse processo pode ser excludente e conservador, colaborando para</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">acentuar ainda mais o caráter desigual de acumulação do capital, agora também observado com</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">um maior vigor no cultivo de coco, que não ficou à margem da territorialização do grande</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">capital no campo e que trouxe uma série de rebatimentos negativos ao espaço e à sociedade, a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">exemplo da seletiva modernização do processo produtivo, da monopolização da produção e da</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">comercialização do fruto e da expansão da concentração fundiária, implicações que nos ajudam</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">a revelar o que há realmente por trás da nova geografia do coco no Brasil.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Produção de coco. Reestruturação produtiva da agricultura. Dinâmicas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">socioespaciais. Territorialização do capital.</span></font></div>