Análise comparativa de Índices de Seca no Monitoramento Hidrológico em Bacias do Semiárido Cearense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Goncalves, Suellen Teixeira Nobre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=103725
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar a aplicabilidade dos índices de seca como instrumentos de monitoramento, para identificar a frequẽncia, intensidade e duração da seca hidrológica nas bacias dos reservatórios Banabuiú, Castanhão e Orós. As secas são fenômenos naturais e sua ocorrência está diretamente ligada ao déficit de precipitação em relação à uma média histórica. Elas podem ser classificadas em meteorológicas, agrícolas, hidrológicas e sócioeconômicas, de maneira que correspondem ao tipo de impacto gerado. A identificação das secas pode ser realizada por meio de índices, que tem por finalidade detectar os períodos de escassez ou de disponibilidade hídrica, através de equações. Desse modo, pode-se determinar a frequência, intensidade e duração dos episódios de seca. Nas últimas décadas, vários índices foram desenvolvidos, com a intenção de realizar o monitoramento dos diversos tipos de seca. Para que esse acompanhamento possa representar a realidade de uma localidade, os pesquisadores realizam padronizações e adaptações nos índices, pois cada região tem suas características e particularidades. Nesse contexto, o estado do Ceará apresenta uma distribuição irregular das chuvas, tanto temporalmente como espacialmente, essa variabilidade pode ocasionar períodos de maior escassez hídrica ou inundações. Diante da problemática enfrentada pelo Estado, o presente estudo avaliou os seguintes índices: Índice de Abastecimento de Água Superficial (SWSI), Índice de Recuperação de Seca (RDI), Índice de Seca de Escoamento Superficial (SDI), Índice Precipitação Padronizado (SPI) e Índice Seca de Demanda Evaporativa (EDDI), no monitoramento das secas dos reservatórios Castanhão, Orós e Banabuiú, para um período de 19 anos (2002 à 2020). Para todos os índices foi aplicada uma escala de 12 meses, e para o SPI e SDI essa escala foi expandida para 36 meses. A avaliação dos índices foi realizada com intuito de determinar se essas ferramentas tinham a capacidade de identificar a seca de acordo a sua severidade ou independente dela. Além disso, os índices também foram avaliados quanto aos critérios de robustez, tratabilidade, transparência, sofisticação, extensibilidade e dimensionabilidade. A análise dos resultados mostrou que o SWSI e o RDI comportam-se de maneira semelhante e apresentam correlações acima de70% para os reservatórios estudados. Entretanto, o RDI mostra-se defasado na identificação da seca, quando comparado ao SWSI. Em relação ao reconhecimento das secas, o SPI - 36 foi o índice mais responsivo na captura dos eventos de acordo com a sua magnitude, sendo também o que captou mais episódios de seca, independente da severidade. Além disso, os resultados dos critérios de avaliação mostraram que o SPI recebeu a maior pontuação total ponderada (118), seguido pelo SWSI (97), EDDI (95), SDI (95) e RDI (88). Dessa forma, concluiu-se que o SPI e o SWSI são os índices mais adequados para o monitoramento das condições de seca na área de estudo. De modo que, as informações fornecidas por estes índices podem ser incorporadas a políticas proativas, com foco na preparação e no planejamento das secas, proporcionando uma diminuição dos danos causados à economia e dos custos envolvidos na recuperação desses desastres.