Análise da atividade de professores de francês (FLE) e gestos didáticos: implicações na apropriação do métier docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bessa, Luciana Peixoto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109446
Resumo: Esta tese tem como objetivo principal analisar a transformação dos gestos profissionais/didáticos de professores de francês como língua estrangeira (FLE) no quadro da entrada no métier na perspectiva desenvolvimentista vigotskiana. A transdisciplinaridade desta pesquisa possibilita uma interseção da Linguística Aplicada (LA) com estudos sobre gestos profissionais/didáticos (SCHNEUWLY, 2009; MESSIAS; DOLZ, 2015; CLOT, 2010), sobre preocupações (BUCHETON; SOULÉ, 2009; CLOT, 2006, 2010; PHILIPPOT, 2014; SAUJAT, 2002, 2004) e sobre atividade docente (FÉLIX; SAUJAT, 2007; SAUJAT, 2004; FARIAS, 2011), com a teoria sócio-histórico-cultural vigotskiana (VIGOTSKI, 2008, 2014; SAUSSEZ, 2017), com a filosofia círculo-bakhtiniana da linguagem (BAKHTIN, 2011, 2015, 2018; VOLÓCHINOV, 2017), além do diálogo com a ergonomia da atividade e com a clínica da atividade (CLOT, 2006, 2010; VIEIRA, FAÏTA, 2003). Trata-se de um estudo aplicado, longitudinal e dialógico, expansão da pesquisa de Moraes (2018) que envolveu quatro professores estagiários de FLE, e teve como sujeitos de pesquisa dois desses professores de FLE, os quais lecionavam em um centro de línguas de uma universidade pública no Ceará. Os dois profissionais realizaram uma nova (co)análise de sua atividade por meio da participação em uma segunda autoconfrontação (ACST2), momento em que foram expostos à sua atividade quando ainda estavam em formação e cumpriam estágio supervisionado (T1), à sua autoconfrontação realizada nesse mesmo período (ACST1) e à sua atividade após o término da formação inicial e com mais experiência na docência de FLE (T2). Ambos os professores redigiram uma narrativa autobiográfica após a ACST2. Os enunciados emergentes das trocas verbais nas autoconfrontações foram analisados a partir da perspectiva da análise dialógica do discurso (BRAIT, 2014; SOBRAL; GIACOMELLI, 2020). As conclusões desta pesquisa apontam que há predominância de gestos didáticos de implementação do dispositivo didático e de gestos didáticos de regulação na atividade dos professores de FLE nos dois momentos: enquanto iniciantes (estagiários, na formação inicial) e enquanto experientes. Constatou-se que as transformações dos mesmos gestos profissionais/didáticos desses docentes se apresentam através de novas preocupações e/ou novos significados atrelados a esses gestos. Por fim, verificou-se que as situações vividas por esses professores em sala de aula, a experiência (a prática) e a sua percepção dos efeitos do (não) emprego de determinado(s) gesto(s) contribuem no processo de desenvolvimento dos gestos profissionais/didáticos dos professores de FLE.