Educação permanente em saúde ou capacitação profissional? Implicações no processo de trabalho do enfermeiro na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Naiara Martins E Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=98045
Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) atua dentro de uma política de formação dos trabalhadores e desenvolvimento para o SUS. O estudo compreende a percepção e práxis dos enfermeiros da Atenção Primária em Saúde com relação a EPS no contexto do trabalho, no município de Maracanaú, CE. A pesquisa se orienta pela abordagem qualitativa, com uso de entrevista semiestruturada, realizada com 30 enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família do município. As entrevistas ocorreram nos locais de trabalho em horário previamente agendado. O percurso analítico-interpretativo dos dados foi realizado por meio da análise de conteúdo e segundo os referenciais teóricos da Política de Educação Permanente em Saúde. Os sujeitos da amostra representam 93,33% do gênero feminino, 56,67% na faixa etária entre os 30 e 39 anos, 70% dos participantes com tempo de atuação no serviço entre dois 2 a 7 anos, predominância de 100% de cargos comissionados e apenas 30% possuem especialização na área de saúde da família adquiridas com recursos próprios. As categorias geradas dos aspectos conceituais em relação a EPS e educação continuada foram: atualização/capacitação profissional para melhoria do atendimento ao usuário; público-alvo não definido e profissionais da saúde; métodos iguais (sem especificação) e métodos diferentes (sem especificação); qualidade do atendimento prestado e qualificação profissional; setor municipal de saúde (secretaria, unidade básica), com desalinhamento conceitual e percepções conflituosas sobre a temática EPS, tratando-as como sinônimos e caracterizando as modalidades de educação de forma similar com aspectos do processo de formação continuada. As categorias emergidas das dimensões da EPS no processo de trabalho do enfermeiro foram: ensino (capacitações e atualizações de protocolos do Ministério da Saúde; referentes as linhas de cuidado da ESF; periodicidade variável; diversidade de Instituições; método de ensino desconhecido); gestão setorial (envolvimento insuficiente da equipe de EPS); atenção à saúde (maior investimento da gestão em cursos/capacitações com abordagens diversas; aquisição de novos conhecimentos para conduta de enfermagem segura); controle social (participação social precária). Um processo de trabalho desprovido de senso crítico, integração entre gestão, ensino, cuidado planejado e participação ativa da comunidade implica no comprometimento da aprendizagem significativa e mudanças favoráveis nas realidades dos serviços de saúde no âmbito do SUS.