A psicodinâmica da coordenação-cooperação como Mobilizadora do teletrabalho em organizações públicas e privadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Rafaela Gomes Da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=116716
Resumo: A presente pesquisa se propôs a compreender a psicodinâmica da coordenação-cooperação no contexto do teletrabalho em organizações públicas e privadas. A partir desse objetivo formulou-se a seguinte questão de pesquisa: como se desenvolve a psicodinâmica da coordenação-cooperação no contexto do teletrabalho em organizações públicas e privadas? Para responder esse questionamento e atender ao objetivo central da tese, foram desenvolvidos três estudos independentes, porém interconectados, os quais objetivaram: i. compreender as características do contexto do teletrabalho em organizações públicas e privadas, a partir de documentos institucionais e narrativas de teletrabalhadores; ii. compreender a psicodinâmica da coordenação do teletrabalho em organizações públicas e privadas; e iii. compreender a psicodinâmica da cooperação no teletrabalho em organizações públicas e privadas. Metodologicamente, realizou-se uma pesquisa qualitativa com o objetivo de apreender o fenômeno em sua profundidade e especificidade. A tese constitui-se em um estudo de campo e documental dividida em três estudos que atendem aos objetivos desta pesquisa. O primeiro estudo integra dados da pesquisa de campo e documental, enquanto o segundo e o terceiro contemplam os resultados das análises dos dados coletados a partir dos relatos dos entrevistados na pesquisa de campo. Na pesquisa documental, foram analisados normativos, legislações e documentos que regulam o teletrabalho. Para organizar os resultados obtidos, as informações foram sistematicamente agrupadas em temas e subtemas, possibilitando uma descrição detalhada dos documentos reguladores do teletrabalho nas organizações. Os temas identificados foram: dimensão organizacional, dimensão situacional e dimensão laboral. Foram realizadas vinte e duas entrevistas narrativas, guiadas por tópicos norteadores. As entrevistas resultaram em 21 horas, 48 minutos e 21 segundos de gravações em áudio e vídeo. Para a análise dos dados, foi utilizada uma adaptação da técnica de análise dos núcleos de sentido (ANS), com o auxílio do software ATLAS.ti, que facilita o manuseio de grandes volumes de dados qualitativos, bem como a leitura, fichamento e categorização dos dados com maior praticidade. Foram identificados temas e subtemas com uma abordagem essencialmente indutiva, na qual os subtemas e temas emergiram dos dados coletados empiricamente. Em resposta à questão de pesquisa, os resultados deste estudo revelaram que o teletrabalho é um fenômeno multidimensional, impactando organizações e trabalhadores de diversas maneiras. A análise detalhada desta pesquisa abrangeu aspectos tecnológicos, psicossociais e organizacionais que influenciam essa modalidade de trabalho. Os achados destacam os principais temas: aspectos do teletrabalho; organização do trabalho; condições de trabalho; relações de trabalho; prazer-sofrimento; carga psíquica e saúde-adoecimento. Conclui-se que a dinâmica entre coordenação e cooperação no trabalho depende da gestão dos vínculos sociais e se localiza na fronteira entre o prescrito (que demanda coordenação) e o real (que, por vezes, demanda cooperação), conforme a perspectiva dejouriana. No contexto contemporâneo, embora existam diferentes espaços de trabalho que podem favorecer a solidão, todas as atividades dentro de uma organização estão interligadas, e a desconexão do indivíduo do coletivo organizacional pode suscitar o sentimento de não pertencimento. A gestão estratégica pode promover a cooperação, reduzindo o risco de sofrimento e adoecimento. A coordenação, visando à criação de relações socioprofissionais saudáveis, fortalece o vínculo do trabalhador com a instituição, promovendo reconhecimento e sublimação do sofrimento em prazer, o que contribui para a manutenção da saúde mental dos trabalhadores. A pesquisa sugere práticas que podem melhorar o teletrabalho, como a gestão do isolamento e a criação de programas que favoreçam o pertencimento institucional e o suporte familiar. Também é importante reduzir desconfortos e distrações, garantindo a eficiência dos processos e resultados, especialmente no ambiente doméstico, por meio da adequação de equipamentos e mobiliário. Palavras-chave: teletrabalho; psicodinâmica coordenação-cooperação; psicodinâmica do trabalho; pesquisa documental; pesquisa de campo.