Validação de protocolo de estudo eletromiográfico intraoperatório para identificação das raízes espinhais na rizotomia dorsal seletiva lombar de pacientes com paralisia cerebral espástica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferreira, Josione Rego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=97337
Resumo: <div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">Grande número de publicações científicas defendem o uso da rizotomia dorsal seletiva (RDS) para tratamento da espasticidade de crianças com paralisia cerebral (PC). No entanto, existem opiniões divergentes sobre muitos aspectos deste tratamento, como: seu uso em crianças com PC grave; a adoção de técnica cirúrgica com laminectomia extensa ou com acesso cirúrgico no cone medular; e a utilidade do estudo eletromiográfico intra-operatório para a identificação das raízes espinhais. Neste trabalho, são discutidos os parâmetros neurofisiológicos adotados para a identificação das raízes espinhais expostas na cauda equina de 59 crianças com PC grave, submetidas a RDS lombar com acesso cirúrgico no cone medular, e apresentados os resultados funcionais alcançados com a cirurgia. No período de 5 anos, 97 crianças com diagnóstico de PC foram submetidas a RDS lombar. Destas, foram incluídas para estudo 59 crianças com PC grave, com idade entre 3 e 9 anos, submetidas a RDS lombar com acesso cirúrgico no cone medular, e com auxílio de estudo eletromiográfico intra-operatório. Os pacientes foram acompanhados por equipe multidisciplinar e realizaram reabilitação física intensiva após a cirurgia. Os resultados funcionais foram medidos pelas escalas de Ashworth modificado e GMFM-88 após 10 meses da realização da cirurgia. Observou-se que os parâmetros neurofisiológicos relacionados a intensidade de estímulo da raiz espinhal, seja ventral ou dorsal, são capazes de diferenciar raízes ventrais, ou motoras, de raízes dorsais, ou sensitivas, sem capacidade discriminatória sobre o nível segmentar de cada raiz espinhal; enquanto o tempo de latência da raiz dorsal, ou sensitiva, apresentou valores específicos somente para algumas raízes dorsais de alguns grupos etários. Desse modo, preferiu-se utilizar diversos parâmetros neurofisiológicos em associação, para aumentar a confiança na etapa de identificação de raízes espinhais do estudo eletromiográfico intra-operatório. Na avaliação funcional, observou-se que o relaxamento muscular documentado nos membros inferiores pela escala de Ashworth modificado, resultou em melhora funcional significativa nas dimensões A e B da escala GMFM-88, que estão associadas as funções motoras grossas do tronco, como: deitar, rolar e sentar. A associação de parâmetros neurofisiológicos permitiu a identificação segura das raízes espinhais durante o estudo eletromiográfico intra-operatório. A RDS lombar promoveu relaxamento muscular nos membros inferiores, com melhora significativa de funções motoras grossas em crianças com PC espástica grave. Acredita-se que estudos prospectivos com acompanhamento de longo prazo, realizados em um maior número de pacientes, serão úteis para dimensionar o impacto da RDS lombar em crianças com PC espástica grave. Palavras-chave: Paralisia cerebral. Espasticidade. Rizotomia dorsal seletiva. Monitorização neurofisiológica.</span></div>