ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS DA SOCIOCOGNIÇÃO NO DISCURSO REFLEXIVO DE CLARICE LISPECTOR SOBRE O DIZER: O MALOGRO DA VOZ E O ESPLENDOR DE TER UMA LINGUAGEM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: DEMÉTRIO, ALANA KERCIA BARROS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84079
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Este trabalho discute a manifestação de pressupostos teóricos que fundamentam a abordagem sociocognitivista de linguagem nos romances de Clarice Lispector. Com o propósito de investigar essa questão, buscamos verificar, no discurso presente nesses romances, traços indicadores do reconhecimento do caráter indicial da linguagem, a sugestão da ideia de que com ela damos forma ao mundo e características associáveis a uma concepção que toma a construção de sentidos como atividade colaborativa. Para proceder ao estudo, delimitamos conceitualmente a sociocognição, porquanto se apresenta como perspectiva epistemológica ainda difusa, e em seguida tratamos da desconstrução da noção de representação acurada do real, o que consideramos ponto de partida para compreender o conceito de recursão na linguagem e a coerência que este estabelece com a hipótese sociocognitiva sobre o dizer. Recorrendo a campos de conhecimento diversos em função da complexidade do objeto e conduzindo nosso percurso metodológico nos moldes do movimento em espiral que caracteriza o raciocínio abdutivo, examinamos 40 passagens, selecionadas dos nove romances de Clarice, que julgamos fortemente emblemáticas da escritura simultaneamente problematizante e problematizada da autora. Os resultados de nossa análise demonstram que o discurso autorreflexivo nessas obras sugere, de fato, pressupostos da sociocognição, não com argumentos autovalidados, articulados em direção à defesa dessa perspectiva epistemológica como abordagem de linguagem, mas com explicações sobre a semiotização do mundo num operar recursivo que, além de insinuar, encena ele mesmo a continuidade entre nosso ser com os outros, nosso estar e fazer na linguagem e nosso conhecer da realidade comum que produzimos. Palavras-chave: Linguagem. Sociocognição. Recursão. Clarice Lispector.</span></font></div>