Da jardineira à tia da educação infantil: o espectro da alienação no trabalho de professoras da educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nascimento, Maria Luzirene Oliveira Do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=105370
Resumo: Este estudo investiga a raiz da alienação no trabalho docente de professoras da Educação Infantil e processos de precarização e desvalorização/valorização do trabalho docente de professoras dessa etapa da educação básica, tomando como parâmetro de ilustração uma escola pública de uma cidade da região metropolitana de Fortaleza, Ceará. Exploramos a hipótese de que as professoras de crianças vivenciam condições de precarização e alienação do trabalho relacionadas à concepção de infância e educação no contexto da sociabilidade do capital, em especial o papel social historicamente relegado às mulheres como talhadas para tarefas de cuidado e da educação de crianças pequenas característica da reprodução cultural de nossa sociedade e como parte da superestrutura do capital em nossa realidade. A alienação se apresenta como um fenômeno social e histórico que permeia as relações no mundo do trabalho no capitalismo e se ramifica nos complexos da superestrutura do capital; no caso do nosso estudo, no complexo da educação. Nesta acepção analisamos a formação de professoras da Educação Infantil no contexto do neoliberalismo contemporâneo que se manifesta em nossa sociedade. Cotejamos esse contexto em sua relação com a formação e o trabalho docente e os desdobramentos das contradições sociais nas peculiaridades que emergem no trabalho das professoras. O método utilizado na investigação e exposição da pesquisa é o materialismo histórico e dialético que reitera a necessidade de se considerar a análise da totalidade do fenômeno social e histórico a ser investigado, suas contradições, na busca de mapear a essencialidade do objeto estudado, suas causas e determinações. Metodologicamente, realizamos uma pesquisa com acento na análise qualitativa das falas dos sujeitos investigados a partir de entrevistas semiestruturadas com quatro professoras da educação infantil. A análise das entrevistas se deu sob uma concepção imanente das narrativas das professoras, um caso em estudo que buscou apreender o fenômeno sob a perspectiva dos sujeitos, mas considerando também o contexto mais amplo de suas vivências e realidade social. Constatamos nas narrativas das professoras que a escola é um espaço dotado de contradições sociais e possibilidades de constituição de uma educação dialeticamente orientada. De fato, na totalidade das relações sociais a alienação como fenômeno histórico social está imbricada no complexo da educação ante a reprodução da sociabilidade do capital e se manifesta objetiva e subjetivamente nos aspectos formativos, na prática docente e nas relações no trabalho de professoras da educação infantil, os quais impactam na valorização/desvalorização social, salarial e profissional das docentes. No entanto, para além da alienação ali constatada, emerge também a resistência e práticas sociais sintonizadas com as possibilidades da transformação social.