A (im)polidez linguística e a desqualificação da imagem da mulher em comentários de notícias de feminicídio na página do Instagram do jornal Diário do Nordeste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Amanda Carvalho De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113541
Resumo: Os estudos sobre (im)polidez linguística têm crescido nos últimos anos no Brasil, e nesse sentido muitos pesquisadores têm se dedicado a compreender mais a respeito das interações ofensivas que acontecem nas relações sociais, sejam no ambiente físico ou virtual. Sabendo do impacto que elas acontecem em redes sociais, por exemplo, e que mulheres têm sido alvo constante nesse meio, nosso estudo analisou como a desqualificação contra a imagem da mulher pode acontecer mediante a notícias sobre morte por feminicídio em comentários. Nesse sentido, esta dissertação teve como objetivo analisar comentários a nove postagens (três por ano), selecionadas entre os anos de 2021 a 2023, na página do Instagram do jornal cearense Diário do Nordeste, que atuaram como desqualificação da imagem da mulher dentro dos termos da (im)polidez linguística, considerando as estratégias de desqualificação atenuada, afetiva, coerciva e para entretenimento, criadas para oferecer tratamento analítico ao nosso corpus. O aporte metodológico utilizado foram os nossos estudos basilares da teoria da Polidez linguística (Brown e Levinson, 187) e Impolidez de Culpeper (1996), retomando o conceito de face e imagem (Goffman, 1976), somado aos principais conceitos sobre desqualificação (Martins, 2023), construção da imagem da mulher (Lopes, 2017) e agenciamento discursivo (Deleuze; Guattari, 1995), (Foucault, 1996) e (Butler, 2013). A partir da análise dos dados, percebemos que a relação entre face e estereótipo acontece quando há uma percepção de como o grupo de internautas vê a imagem da mulher exposta na matéria, ou seja, na medida em que um estereótipo é mobilizado, a face da vítima também é mobilizada. A respeito da desqualificação como estratégia de (im)polidez linguística, notamos que essa atitude negativa pode acontecer expressamente no meio virtual como uma desqualificação da imagem dos sujeitos envolvidos na interação, observando ainda uma manifestação que diminui, ofende e desacredita das vítimas de feminicídio nas conversações que ocorrem em redes sociais, reforçando diferentes aspectos da nossa sociedade, entre eles conceitos culturais e machistas enraizados, cujos os estereótipos contra as mulheres e a discriminação tem se mostrado crescente, refletindo uma atitude de violência verbal que se justifica através da conduta que nos foi ensinada. Os resultados da nossa pesquisa revelaram que essa desqualificação contra a mulher acontece tanto por mulheres (o que revelou desunião entre elas), como é realizada por homens (com comentários classificados como machistas e estereotipados).