Cuidado em saúde ao familiar da criança e adolescente em sofrimento psíquico: compreensão da sociólogo fenomenológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Melo, Juce Ally Lopes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=75356
Resumo: 1De acordo com a política atual de assistência em saúde mental, a família é reconhecida enquanto lócus de cuidado e de reabilitação social da criança e adolescente em sofrimento psíquico, sendo as experiências vividas singulares e correspondentes de significados para os membros familiares em convivência. Tendo em vista que uma das metas das instituições e profissionais em saúde mental é contribuir com o cuidado familiar, antes é preciso ouví-la na tentativa de reconhecer a família em sua essência. Assim, o estudo teve o intuito de compreender a percepção do familiar quanto às suas necessidades de cuidado em saúde, ao conviver com a criança ou adolescente em sofrimento psíquico. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva desenvolvida no Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência da cidade de Mossoró/RN. Após aprovação do Comitê de Ética da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, sob o protocolo 02605412.1.0000.5294, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, nos domicílios, de dez familiares cuidadores de crianças e adolescentes em sofrimento psíquico grave (intensivo). Com base no referencial da sociologia fenomenológica, de Alfred Schütz, a análise de dados originou três categorias concretas: Compreensões da convivência; Necessidades de cuidado; Trajetória em busca de cuidado. Os resultados demonstram que a principal cuidadora é a mãe da criança ou adolescente em sofrimento psíquico. A mesma tem considerado a convivência com seus filhos(as) difícil, devido o comportamento dos mesmos e as modificações que causam na dinâmica familiar. Os familiares se responsabilizam por diversas atividades diárias de cuidado, o que tem gerado na vida do familiar cuidador sobrecargas físicas, psicológicas e sociais. A redução dos contatos sociais deste familiar é evidente, perante a prioridade do cuidado aos seus filhos(as). Suas expectativas giram em torno da criança e adolescente em sofrimento psíquico, sendo expressos sentimentos de tristeza, desânimo, impotência, culpa e preocupação, principalmente, em relação ao futuro das suas crianças e adolescentes. Esses familiares vivenciam uma diversidade de necessidades de cuidado quanto ao processo de construção de conhecimento sobre o sofrimento psíquico, uma rede de atenção que inclua o familiar nas suas atividades e de apoios sociais representados por outros familiares, amigos e profissionais de saúde. Em busca de resolverem seus problemas relacionados à convivência com a criança e adolescente, percorrem uma trajetória diversificada de profissionais e instituições de saúde até chegarem ao Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência. Contam, ainda, com o apoio de instituições e grupos informais de cuidado à saúde da criança e adolescente em sofrimento psíquico, bem como ao núcleo familiar. Com base no exposto, consideramos que os profissionais, principalmente enfermeiros, que atuam em saúde mental necessitam rever seus antigos paradigmas e reestruturá-los, na perspectiva da assistência integrada, de acordo com as compreensões e ações sociais do familiar cuidador da criança e adolescente em sofrimento psíquico. Descritores: Familiar cuidador. Sofrimento psíquico. Criança. Adolescente. Enfermagem.