Reminiscências sobre as condições educativas no interior cearense a partir das docências de Marieta Benício e Maria José de Sousa (1936-1984)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sousa, Francisca Genifer Andrade de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109378
Resumo: O estudo centra foco na docência de duas professoras primárias – Maria José de Sousa e Marieta Benício, atuantes em duas regiões interioranas cearenses, Cascavel, município de Pindoretama, e Pacajus, hoje Horizonte. Objetivou-se, portanto, biografar Marieta Benício e Maria José de Sousa com ênfase na situação educacional que essas mulheres vivenciaram como professoras pioneiras de Cascavel e de Pacajus, respectivamente, no recorte temporal situado entre 1936 e 1984, referente ao período de atuação, nem sempre concomitante, dessas professoras. Amparou-se nos pressupostos da Biografia hermenêutica, terceira fase da biografia que assume compromisso com a escrita de cunho científico, bem como da História Cultura, movimento historiográfico que modificou a concepção de fonte, tornando passível de estudo qualquer vestígio do homem no tempo. A coleta dos dados foi realizada através da História Oral como metodologia, a partir da qual foram realizadas vinte e uma entrevistas, sendo dez referentes à Marieta Benício (um sobrinho, cinco ex-alunos, dois colegas de trabalho, uma mãe de ex-aluno e uma estudante do grupo escolar quando gerido por essa biografada) e onze referentes à Maria José de Sousa (dez ex-alunos, sendo que cinco desses também são seus filhos, e uma nora). As narrativas, que após transcritas e textualizadas, se constituíram em fontes orais, foram entrecruzadas com outras fontes documentais, como cartas e fotografias. Os resultados inferem que as biografadas gozaram de trajetória educativa privilegiada, se comparadas às suas contemporâneas, pois poucas eram as moças interioranas que conseguiam acessar a escolarização formal e tornarem-se professoras. Conquanto, Marieta e Maria José estudaram o Ensino Primário nas suas cidades de origem e, em seguida, foram enviadas para Fortaleza, onde formaram-se professoras na Escola Normal financiada pelo Estado do Ceará. Após formadas e retornarem ao interior, exerceram o magistério de modo integral nas suas regiões de origem: Marieta em Caponguinha e Maria José em Queimadas e posteriormente no Centro de Horizonte, onde fundaram as primeiras escolas de ensino Primário e se tornaram pioneiras na questão educativa dessas localidades, o que as impingia grande reconhecimento social. Apura-se que o ensino vertical e mnemônico com foco na alfabetização, o emprego de castigos físicos para disciplinar os alunos, o fomento ao patriotismo e ao catolicismo, são aspectos comuns às práticas docentes de ambas as professoras do interior cearense.