Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Robson Breno Dourado de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111572
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Resumo: |
<font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Esta dissertação discute alguns recursos de leitura apresentados por Jacques Lacan acerca do cogito cartesiano visando estabelecer uma compreensão acerca desses diferentes modos de apropriação postos em relevo em seu ensino. Para sermos mais precisos, os enfoques de nossa pesquisa se situam basilarmente em 1961-1962 (seminário 09) 1964 (seminário11) 1964-1965 (seminário12) 1966-1967. A ancoragem de tais leituras se apoia na formulação, por Lacan, de uma homologia histórica entre a descoberta freudiana do inconsciente e a estrutura causal manifesta nos primeiros lineamentos da redução transcendental da dúvida em Descartes, que permitem o surgimento do Eu penso como limite apodítico da verdade. Tal movimento, segundo ele, se apresenta de modo homólogo à experiência do inconsciente dado que este se constitui como pensamento que medeia a verdade particularizada no discurso subjetivo. Assim, o que o presente estudo investiga é o fato de que esta relação no que demarca o inconsciente freudiano na esteira da analítica cartesiana parece apresentar, em Lacan, um paradoxo, visto que, com Freud, introduz-se uma nova configuração no horizonte da relação entre Saber e Verdade edificada na modernidade pela assunção do Sujeito (Cogito). Nesse sentido, analisamos em que medida, para Lacan, Descartes é, por um lado, o paradigma da subjetividade moderna, cuja realização se circunscreve na identificação da enunciação da verdade com um saber de si a instância da totalidade e por outro, o Cogito é o que baliza a forma pela qual o inconsciente é a apresentação da verdade pela via do pensamento. Assim, o que se afigura como paradoxo nas referências de Lacan, desdobra-se ainda mais na medida em que Lacan não deixará de estar atento à retomada da ideia de Deus como fundamento da verdade na analítica cartesiana. Fato que permite a atribuição, por Lacan, ao Deus da garantia, o estatuto de Sujeito suposto Saber. Nessa perspectiva, o que observamos nessa aparente falha da causa em Descartes, nomeada por Lacan como o erro de Descartes, não relativiza a estrutura estabelecida da homologia, mas deixa entrever um problema que está aquém do estatuto científico do sujeito moderno, e se direciona à disposição mesma da noção de fundamento na tradição ocidental do pensamento.</span></font> |