Avaliação do proteoma urinário para detecção precoce da doença renal diabética em portadores de diabetes tipo 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Holanda, Fernanda Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111480
Resumo: Mais de 80% das doenças renais em estágio terminal (DRT) em todo o mundo são ocasionadas pelo diabetes, hipertensão ou ambos. O diagnóstico e o tratamento precoce da doença renal diabética são estratégias para reduzir o impacto dessa patologia. Porém, a excreção urinária de albumina, padrão ouro no diagnóstico precoce de doença renal diabética tem falhado, permitindo a existência de uma patologia com relativa alta prevalência, a doença renal diabética normoalbuminúrica, que atinge grande parte dos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o proteoma urinário de portadores de DM1 para detecção precoce da doença renal diabética. Para tanto, foram avaliadas as proteínas de pools de amostra da urina de voluntários sadios e de pacientes diabéticos com diferentes condições de risco de desenvolver DRT, classificados de acordo com os parâmetros usados na clínica (KDIGO, 2020). Os pacientes classificados com “Risco Baixo” foram subdivididos tendo em vista três critérios: Taxa de Filtração glomerular (TFG) (60 ml/min/1,73m2), Relação Albumina/Creatinina urinária (RAUC) (7,5 mg/g de creatinina) e Tempo de diagnóstico (dividido em quatro percentis). Para as análises foram realizados experimentos de Espectrometria de Massa (UPLC-MS) e Western Blot. Neste último pôde-se avaliar tanto alterações nos níveis de glicosilação, fosforilação e nitrosilação nas proteínas excretadas na urina, como os níveis de excreção de um marcador de lesão glomerular (Nefrina) e de marcadores de lesão tubular (KIM1, NGAL, RBP4 e MIOX) presentes no pool de urina dos diferentes grupos. Assim, pôde-se observar que as três modificações pós-traducionais investigadas apresentaram aumento relativo quando a TFG estava entre 60 e 90 ml/min/1,73m2. Outra observação foi a de que, apesar de os marcadores de dano tubular terem, em geral, excreção urinária aumentada nos grupos de maior risco, dentro dos grupos de “Risco Baixo”, NGAL, KIM1, RBP4 e MIOX tiveram tendência a um aumento de excreção apenas com a variação da TFG. A Nefrina, apesar de apresentar aumento de excreção no grupo de “Risco Muito Alto” , não teve aumento relativo em nenhuma das abordagens de variação no grupo de “Risco Baixo”. A análise dos resultados obtidos por espectrometria de massa permitiu observar que dentro da população de “Risco Baixo” a variação de RAUC (7,5 mg/g de creatinina) foi a que distinguiu o maior número de proteínas urinárias. Algumas proteínas foram diferencialmente excretadas em mais de um critério. Fator Trefoil 2 (TFF2), Proteína 1 de Reconhecimento de Peptidoglicano (PGRP1), Sindecano1, Osteopontina e Alfa Beta Hidrolase 12B (ABHD12B) foram diferencialmente excretadas quando aplicados os fatores de variação (TFG e RAUC). Lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos (NGAL) foi diferencialmente excretada quando os fatores de variação foram RAUC e Tempo de DM1. Assim as proteínas TFF2, PGRP1, Sindecano1, Osteopontina, com redução de excreção e a proteínas ABHD12B e NGAL com elevação da excreção sugerem um painel proteico para diagnóstico precoce de doença renal diabética.