Ipu nos trilhos do meretrício: intelectualidade e controle numa sociedade em formação (1894-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Barros, Antônio Iramar Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=60231
Resumo: Este trabalho analisa a formação do meretrício na cidade de Ipu nos primórdios do século XX. A chegada da ferrovia à cidade no final do século XIX (1894), ao ligar a Terra de Iracema à Sobral e ao porto de Camocim, contribuiu para incrementar o desenvolvimento econômico local e produzir algumas transformações em seu espaço urbano. Ao lado disso, e como resultado mesmo do crescimento da cidade, novos atores sociais passaram a circular em seus espaços. A venda do sexo e o surgimento do meretrício são frutos de tais transformações. Os grupos dominantes locais (as famílias tradicionais, conservadoras e abastadas) ao lado da Igreja Católica passaram a atacar os costumes locais identificados com as práticas “populares”, sobretudo a compra e venda do sexo como um desvio de conduta moral, uma “barbárie” e o “fim dos tempos”. A partir daí fundaram um discurso fortemente marcado pela defesa da moral, condenando a mercantilização do sexo como responsável pela desestruturação da ordem familiar. Os intensos conflitos entre aqueles “guardiões da moral e dos bons costumes” (a Igreja Católica e os grupos tradicionais) e as práticas que eram objeto de sanções morais, levaram tais grupos à tentativa de vigiar e controlar os espaços próprios da venda do sexo. Os jornais, revistas e livros, que circularam em Ipu nas primeiras décadas do século XX, todos escritos por aqueles que se diziam defensores da moral e dos bons costumes, trazem em suas páginas um discurso fortemente marcado pela defesa da moral, dos bons preceitos e dos bons costumes. Eles revelam ainda os projetos e estratégias de controle de tais práticas. A partir deles é que foi possível analisar a formação do meretrício em Ipu, os embates sociais, a busca pelo controle e a resistência daqueles que eram alvos de controle. Palavras-Chave: Cidade - Meretrício – Moral - Controle Social.