Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Giraud, Ana Cláudia Barbosa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=54781
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Resumo: |
RESUMOConsiderando que há uma estreita relação entre representação, cultura, ideologia e linguagem, discuto a partir de uma análise comparativa da forma como a Ocupação e a Resistência estão representadas no conto Le Silence de la mer e em suas adaptações cinematográficas homônimas, que ressignificações do texto de partida essas traduções construíram. Apesar de os três textos apontarem para a mesma fábula, o que configura uma relação dialógica e intertextual, foram produzidos em contextos socio-culturais distintos, por autores cujos posicionamentos éticos, estéticos, políticos e ideológicos se distinguem, o que naturalmente implica a construção de significações diversas. O conto Le Silence de la mer (Vercors, _942), lança um olhar sensível sobre o aspecto dramático das relações humanas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Tendo sido escrito e publicado clandestinamente durante a ocupação alemã, a trama de Vercors constrói uma representação alegórica da Ocupação e conclama os cidadãos franceses a resistirem à tentação de colaborar com os nazistas. O autor tece sua narrativa envolvendo-a em um ambiente sugestivo em que a ambivalência e o sentido simbólico são abundantes, dentre outras formas, explorando os contrastes entre luz e sombra, durante suas descrições. A primeira tradução audiovisual do conto de Vercors foi realizada para o cinema, em 1949, após a Liberação da França, por Jean-Pierre Melville. 0 cineasta dissipa as ambivalências do texto literário dando outro sentido à sua trama, construindo uma representação cujo intento parece ser o de mostrar ao mundo que a França e os franceses resistiram ao invasor. Produzindo um filme com recursos esparsos, mas muita criatividade, Jean-Pierre Melville tira partido de todos os recursos da linguagem cinematográfica para tornar a tensão e o silêncio que permeiam a trama eloqüentes e visíveis. Em 2004, o diretor Pierre Boutron e a roteirista Anne Giafferi adaptaram o texto vercoriano para a televisão. O filme amplia a narrativa, a partir da criação de subtramas que convergem para a construção de sentido da trama principal, centrada na tomada de consciência da protagonista em relação à Ocupação, e seu conseqüente engajamento na Resistência. Pierre Boutron recria o ambiente sugestivo e a ambivalência presentes em seu texto fonte, mas representa a Ocupação e a Resistência de forma mais abrangente, na medida em que aborda questões relativas aos prisioneiros de guerra, às famílias judias, à propaganda petanista e às organizações clandestinas. |