Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Fernanda De Moura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113896
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Resumo: |
Esta pesquisa tem um caráter analítico e propositivo. Nela, nos propomos a descrever e a analisar as metodologias de checagem de informação utilizadas pelas duas maiores agências de checagem de fatos (fact-checking) brasileiras, Lupa e Aos Fatos. Para tanto, fizemos um recorte temporal das publicações verificadas pelas agências e selecionamos o mês de outubro de 2022, período de disputa eleitoral para presidência da República Brasileira. Além disso, elaboramos uma proposta de intervenção, a partir da Pedagogia dos Multiletramentos (GNL, 2021), com foco na curadoria digital e na desinformação nas mídias, para ser aplicada na educação básica. Utilizamos como aporte teórico da pesquisa os estudos sobre Letramento Digital (Pinheiro, 2009, 2022; Belshaw, 2012; Hissa; Sousa; Costa, 2020), Curadoria Digital (Araújo, 2019), Desinformação (Wardle; Derakhshan, 2017; Martins, 2020; Araújo, 2021), Pós-verdade (DAncona, 2018), Modulação Algorítmica (Souza; Avelino; Silveira, 2018) e Economia da Atenção (Cesarino, 2022; Fisher, 2023; Hissa, 2023). Como etapas metodológicas, fizemos uma análise exploratório-descritiva das 124 postagens selecionadas para este estudo (70 da agência Lupa e 54 da Aos Fatos). Em seguida, observamos as metodologias de checagens das agências usando o método descritivo-interpretativo da Análise de Conteúdo Temática (Bardin, 2016). Para a coleta das 124 postagens divulgadas, utilizamos o Instagram das agências investigadas e criamos categorias específicas para a análise desse corpus, como título da checagem, data da publicação, classificação (etiqueta), tipologia da desinformação, veículo da desinformação, gênero da desinformação, fontes referenciadas e gênero da checagem. Para articular os estudos da Curadoria Digital com as metodologias utilizadas pelas agências de checagem, focalizamos nas práticas digitais advindas dos estudos curatoriais, como os movimentos de seleção, avaliação, editoração e compartilhamento da informação, que se assemelham às etapas do processo de curadoria tradicional. Em nossa pesquisa, vimos que as agências de checagem usam, para selecionar as informações que são verificadas, três categorias curatoriais: a origem da desinformação, o conteúdo e a repercussão dessa desinformação nas mídias sociais. Pelos dados encontrados, vemos similaridades entre as metodologias de checagem do jornalismo de verificação e os movimentos de curadoria, como o emprego de critérios para a seleção de conteúdo e manejo de processos de editoração, que culmina no compartilhamento do acervo. Os dados também evidenciam o teor das desinformações que dominaram o pleito eleitoral de 2022, tendo a difamação ao adversário político e o ataque ao processo eleitoral como principais temáticas. Acreditamos que este estudo pode contribuir para o ensino de leitura do gênero notícia, nas mídias sociais, pois apresenta uma possibilidade metodológica para inserção da curadoria da informação como uma prática de letramento digital na educação básica. |