Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Moura, Luiz Francisco Wemmenson Goncalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=96470
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Resumo: |
<div>A utilização de plantas com fins medicinais, para tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade, apresentando assim grande potencial, porém as plantas ainda constituem uma fonte relativamente subutilizada, embora potencialmente muito valiosa para descoberta de novas substâncias biologicamente ativas, assim como aplicações biotecnológicas. Muitos estudos etnofarmacológicos têm mostrado um grande número de espécies de plantas utilizadas pela população para tratar doenças. Dentre elas pode-se citar a Cnidoscolus quercifolius, popularmente conhecida como urtiga ou faveleira e utilizada como fitoterápico, com propriedades cicatrizantes, analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e diuréticos, anticancerígenos, entre outros. Este estudo teve como objetivo a purificação e caracterização bioquímica de uma proteína insulinomimética e antinociceptiva, denominada Cq-IMP, de sementes de Cnidoscolus quercifolius Pohl. (Faveleira, Euphorbiaceae). A proteína purificada se mostrou com uma única cadeia glicopolipeptídica (16,4% de carboidratos, m/m) de 11,18 KDa, pI de 8,0 e sequência N-terminal (TKDPELKQcKKQQQKKQQQDDDD), sendo composta principalmente por 71,9% de α-hélices, 23.9% de conformações-beta e 4.2% de voltas. Essa proteína apresentou similaridade de 46-62% com a proteína semelhante à proteína de ligação à sacarose e a proteína semelhante à vicilina. Quanto a ação insulinomimética, curiosamente, Cq-IMP mostrou uma atividade hipoglicêmica em um ensaio in vitro com linhagem celular responsiva a insulina RIN- 5f. Além disso, esta proteína apresentou, bem como, propriedade hipoglicêmica oral in vivo em camundongos diabéticos pelo teste de dose única, com diminuição significativa no nível de glicose no sangue em comparação com os controles. Adicionalmente, os testes de atividade antinociceptiva em modelo zebrafish adulto mostraram que a administração intraperitoneal de Cq-IMP não apresentou toxicidade aguda ou, não alterou o sistema locomotor e reduziu significativamente o comportamento nociceptivo em todos os modelos testados quando comparados ao controle. O efeito antinociceptivo de Cq-IMP foi inibido por cânfora, vermelho de rutênio, capsazepina e amilorida. O efeito antinociceptivo da Cq-IMP na córnea foi inibido pela capsazepina. Os resultados confirmam a relevância farmacológica do uso dessa proteína como um novo agente no tratamento da dor aguda. Ensaios realizados em presença de drogas antagonistas mostraram que a ação anitinociceptiva de Cq-IMP pode ser modulado pelos canais TRPA1, TRPV1 e ASICs. Digno de nota nesse contexto, é que o Cq-IMP também não causou citotoxicidade para célula Vero, alergenicidade nem atividade hemolítica. Com base no exposto, este estudo acrescenta novas evidências científicas e destaca o potencial de Cq-IMP isolada das sementes de C. quercifolius no desenvolvimento de fármacos com propriedades analgésicas e insulinomiméticas.</div><div><br/></div><div>Palavras-Chaves: Cnidoscolus quercifolius. Proteínas vegetais. Hipoglicemia.<br/>Antinocicepção.<br/></div> |