Movimentos sociais do campo e universidade: a experiência do MST na construção do curso de serviço social da terra na UECE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Eleuterio, Jana Alencar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=83207
Resumo: <div style="">A presente pesquisa teve por objetivo analisar a relação universidade e sociedade, com ênfase nos movimentos sociais do campo, a partir da experiência do MST na construção do Curso de Serviço Social “da Terra” do PRONERA na UECE, sob a visão dos estudantes militantes. Analisamos a construção da proposta do Curso na UECE, com destaque para o debate em torno da educação do campo na universidade. Problematizamos e delimitamos o tema, apresentando uma breve caracterização dos sujeitos interlocutores da pesquisa que compõem a turma Eldorado dos Carajás. A pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo nos permitiram adentrar no lócus desse estudo tendo um melhor embasamento teórico. Nos valemos da metodologia da pesquisa participativa e, como instrumento para a coleta de dados, foram utilizados os registros no diário de campo, os relatórios de gestão, as entrevistas semiestruturadas e, ainda, a análise das entrevistas que compõem o banco de dados do grupo de pesquisa do LAPESS sobre movimentos sociais. Este trabalho tem como principais interlocutores acerca da categoria universidade Chauí, Fávero, Mota, Pereira, Hardy, Fachin, Schuch Jr, Abreu, Bobsin e Leão e, ainda, Leher. Para a categoria analítica Movimentos Sociais do Campo, em nível brasileiro, dialogamos com Camacho; Gohn, Abramides, Duriguetto, Montaño, Leonilde de Medeiros, Grzybowski, Martins e Ribeiro. Da produção científica no Ceará, utilizamos as contribuições de: Acioly, Araújo e Celecina Sales. Tratamos, ainda, da burocracia como um elemento próprio do Estado e presente na dinâmica universitária, tendo Weber e Althusser como interlocutores. Demos destaque para a importância das lutas sociais no contexto brasileiro e suas contribuições teórico-práticas para a construção de uma experiência de educação do campo na universidade pública. A experiência do PRONERA e a análise de suas mediações e dos elementos sociohistóricos presentes na experiência de uma educação do campo caracterizam a turma Eldorado dos Carajás da UECE e desenham um novo ethos da universidade. Os resultados desta pesquisa trazem evidências de que o PRONERA se constitui enquanto programa formador de militantes assentados da Reforma Agrária não apenas para qualificá-los técnico e profissionalmente, mas também para a construção de uma consciência política voltada para as necessidades do povo do campo. Concluímos que os profissionais educadores envolvidos na construção do PRONERA buscam legitimar um dos 9 principais objetivos que é o de formar estudantes para a defesa dos direitos do povo do campo, diminuindo o abismo social presente na relação campo-cidade. A relação entre os MSC e a Universidade possibilita outras formas de sociabilidade, demandando a readequação das diretrizes curriculares do Curso de Serviço Social para melhor apreensão e acompanhamento dos estudantes do PRONERA. A Pedagogia da Alternância, como diferencial metodológico dessa experiência na universidade, bem como o Tempo Comunidade, constitui-se um exercício importante para a práxis acadêmica dos professores e estudantes. Identificamos como desafio acompanhar o estudante/ pesquisador e militante que divide seu tempo entre o estudo e sua inserção social nos movimentos sociais organizados. Os resultados desta pesquisa apontam elementos que desenham o jeito próprio de ser da experiência do SST na UECE, com seus limites e contradições. Trata-se, pois, da construção de um projeto de sociedade diferenciado, que altere a dinâmica da universidade - espaço tão seletivo e excludente durante um período muito longo da história brasileira – e que seja capaz de construir um contraponto na educação tradicional. O nosso estudo elucida os desafios de se efetivar um modelo de educação pautado nos princípios democráticos de uma outra sociabilidade humana que não a do capital, trazendo os movimentos sociais para o centro da discussão e levantando reflexões acerca do papel da universidade na formação de sujeitos sociais, sua autonomia e práticas emancipatórias. Palavras-chave: Universidade. Movimentos sociais do campo. Pronera. Educação do Campo. Serviço social da terra</div>