Trabalho do assistente social: impactos da condição de trabalho precário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: CARVALHO, JÉSSICA ARAÚJO DE
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=115570
Resumo: A configuração da exploração do trabalho no processo de reestruturação produtiva, vem acompanhada de pressões, que representam uma verdadeira barbárie social, tal como destaca Antunes (2018). Os profissionais assistentes sociais encontram-se nesta realidade e são atingidos por ela direta e indiretamente, como trabalhadores e como cuidadores de trabalhadores (Pardini; Stampa, 2020). O objeto desta pesquisa é o Trabalho do assistente social no Campo da Saúde, especificamente na Atenção Psicossocial, tendo por Tese que o assistente social experimenta, na atualidade, situação de trabalho precário. Segue-se ao que postula Iamamoto (2003), compreendendo que a atividade desenvolvida pelo Serviço Social é trabalho. O trabalhador assistente social observa de fora o complexo universo dos pressupostos neoliberais, que acentuam a proposta do “ser patrão de si mesmo” como a resposta para a ascensão à liberdade humana. Porém, não fica apenas como expectador e é capturado pela realidade de desigualdades, no campo das más condições laborais, que são refletidas no afastamento do Estado, na privatização dos serviços públicos e na desregulamentação do trabalho, revertendo as conquistas obtidas pelos esforços das ações de bem-estar social da segunda metade do século XX. O processo de desenvolvimento do Serviço Social na Rede de Atenção Psicossocial, bem como em outros espaços da divisão social e técnica do trabalho é permeado de condições que tanto podem compor o amplo desenvolvimento da profissão, como sua retração. Tal condição faz com que o assistente social esteja em cotidiano estado de ingerência completa de suas condições de trabalho, podendo compreender-se, portanto, também, nesse aspecto, em condição de precariado. Com isso, tem-se por objetivo geral compreender o quanto há de precário na condição de trabalho dos assistentes sociais dos Centros de Atenção Psicossocial de Fortaleza. O estudo dialogou de forma dialética com fenômenos mensuráveis e não mensuráveis, com base histórico-crítica, base de construção qualitativa, porém com alguns recursos quantitativos, classificando-se como quantitativo e qualitativo, a partir de pesquisa narrativa e estudo de caso. O lócus de pesquisa é a Atenção Psicossocial, onde encontram-se os participantes do estudo – os/as assistentes sociais. Utilizou-se a pesquisa documental, a entrevista semiestruturada para obtenção de dados e informações. Para análise foram utilizadas a técnica da Análise do Discurso de matriz francesa, para informações qualitativas e a triangulação de métodos para o diálogo entre os dados e as informações. Como resultado, tem-se que a forma precariada do trabalho, ligada ao tema deste estudo, apresenta-se para além das fragilidades já compreendidas no bojo da relação capital-trabalho, como por exemplo, as condições de vínculo. A relação entre o Serviço Social e a subalternidade histórica quando da sua inserção no campo da saúde, em razão de seu objeto de trabalho estar atrelado às inflexões das vulnerabilidades sociais, foi percebida, neste estudo, com pouca ou quase nenhuma apresentação significativa. Por fim, confirmou-se a partir da investigação que os assistentes sociais dos Centros de Atenção Psicossocial de Fortaleza vivenciam condições de trabalho precário.