Juventude gera "nazárea": O reggae como movimento cultural juvenil periférico na cidade de Fortaleza-CE.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Milhome, Karizia Edwiges Silvestre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107413
Resumo: A pesquisa que deu base a esta dissertação trata do estudo sobre a juventude periférica que constrói os coletivos artístico-culturais de reggae na cidade de Fortaleza (CE). O trabalho tem como objetivo central compreender os elementos presentes no processo de inserção artístico-cultural por jovens periféricos a partir de uma abordagem do processo de ramificação das juventudes atrelada à questão étnico-racial e de classe no Brasil. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, com pesquisa bibliográfica baseada em referências que contemplam as categorias centrais da pesquisa, quais sejam: Juventude periférica, Questão Étnico-racial e a Cultura Reggae. Apontamos como instrumentos para a coleta de dados as observações em campo virtual, a realização de entrevistas semiestruturadas e diários de campo, os quais foram relacionados em uma análise sobre os coletivos investigados. Temos como campo da pesquisa os coletivos artístico-culturais de reggae localizados em bairros periféricos de Fortaleza, ou seja, as territorialidades em que estão inseridos. Foi possível delimitar quarenta e um (42) coletivos de reggae atuantes na cidade, desses, cinco (5) foram trabalhados em nesta pesquisa. Como interlocutores do trabalho, entrevistamos seis (6) jovens organizadores e/ou participantes de tais coletivos. Destacou-se nesse processo a relação da vivência artístico- cultural promovida pelo reggae, com a atuação político-juvenil, seja no âmbito do direito à cidade, como também ao assumirem lutas contra o racismo e a criminalização do povo periférico. Foi possível notar que ao se tratar do reggae na cidade de Fortaleza, não nos limitamos à identificação musical do ritmo, que também é de representatividade negra e em afro-diáspora no Brasil, mas o que essa organização de jovens nesses coletivos pelos mesmos propósitos promove a nível de reivindicação de acesso e a implementação de estratégias. Temos como um dos principais achados da pesquisa a independente organização desses coletivos, que, com a inventividade de seus organizadores e participantes, têm sua potencialidade alargada e um reconhecimento na cidade que perpassa seu propósito inicial, o de “gerar” bailes de reggae, embora também apresente uma inserção na luta negra e periférica pelos direitos sociais dessa população.