Trabalho e educação na vida das famílias produtoras do artesanato de palha de carnaúba em Itaiçaba - Ce

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Barbosa, Nonato Lucas Freitas
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=96083

Esta pesquisa tem por objeto de estudo investigar o papel da educação sistematizada e do trabalho na vida das famílias produtoras do artesanato de palha de carnaúba no município de Itaiçaba-Ceará, no contexto das transformações ocorridas no processo do trabalho a partir de 1995. O objetivo é analisar os condicionantes históricos e sociais que impossibilitaram as artesãs de Itaiçaba de terem acesso à educação institucional, bem como, a relação que se estabelece entre o saber tradicional, adquirido por meio das experiências cotidianas e o conhecimento institucional, disseminado pela escola. Partimos da identificação de uma demanda por educação institucional por parte das artesãs, imbuída do desejo de inserção social e valorização de seu trabalho na sociedade. Em contraponto, o saber tradicional persiste entre as artesãs evidenciando um caráter formativo, e, sobretudo, como base de sua sobrevivência. Assim, defende-se a premissa de que a exploração do trabalho artesanal, a extensiva jornada de trabalho e a precariedade no processo de produção do artesanato estão estreitamente ligados ao processo de negação dessas artesãs à educação institucional. O método do materialismo histórico-dialético de análise nos possibilitou evidenciar os elementos condicionantes da negação das artesãs ao acesso à educação institucional, no contexto na expansão do capital em territórios marcados por relações tradicionais de sociabilidade. As categorias Trabalho, Educação Formal e Saber da Tradição foram fundamentais para identificação desses elementos. Considerou-se a expansão do capital como a continuidade de um processo histórico de expropriação dos meios de produção e exploração do trabalho, desdobrando-se em um processo de espoliação que resultou na negação da classe de artesãs ao acesso à educação institucional. A pesquisa fez uso de fontes orais, como entrevistas realizadas com as artesãs, fontes documentais e bibliográficas. O referencial teórico selecionado para a construção desta pesquisa muito contribuiu para a análise das relações estabelecidas entre o trabalho e a educação institucional na vida das famílias de artesãs, possibilitando a compreensão dos fenômenos não só localmente, mas também na forma como essas relações se articulam com o processo geral de produção e reprodução do capital. Palavras-chave: Trabalho. Artesanato. Educação institucional. Saberes formativos da tradição.