LENTIVIROSES DE PEQUENOS RUMINANTES: ASPECTOS CLÍNICOS, DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DO VÍRUS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: AZEVEDO, DALVA ALANA ARAGÃO DE
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=85945
Resumo: As lentiviroses de pequenos ruminantes têm caráter crônico e multissistêmico levando a debilidade e até a morte do animal. Essas doenças são causadas pelos lentívirus de pequenos ruminantes (LVPR) esses vírus possuem alta variabilidade genética o que pode dificultar o diagnóstico. Objetivou-se comparar os testes de diagnóstico imunológicos e molecular baseados na Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA), Western Blot (WB) e Reação em Cadeia da Polimerase nested (nPCR), bem como avaliar clinicamente a glândula mamária (GM) de matrizes de rebanhos leiteiros. Além de sequenciar, caracterizar e comparar cepas de LVPR, baseada nas análises das sequencias totais dos genes gag e pol, isolados de caprinos naturalmente infectados no Brasil, pertencentes aos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. No 1º experimento foi coletado sangue e realizado exame clinico da GM. Foram 1096 fêmeas, 12 machos jovens e 83 reprodutores, totalizando 1191 animais de raça de aptidão leiteira submetidos a sistema intensivo de produção, e com idade a partir de 12 meses. Esses animais pertenciam a estados de duas regiões do Brasil com representatividade na produção de leite caprino. Este experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Embrapa Caprinos e Ovinos com o número de protocolo 013/2015. Realizou-se testes sorológicos (IDGA, WB) e molecular (nPCR) e foi feito estudo comparativo dos resultados obtidos nos testes além dos dados de alterações da GM utilizando os programas Epi-info 7 e WinEpiscope 2.0. A soroprevalência pela IDGA foi de 41,14% (490/1191). No WB foram 51,47% (613/1191) soropositivos e no nPCR foram 69,44% (827/1191) positivos. O WB foi mais sensível (P &lt; 0,001) que a IDGA. O nPCR detectou mais animais com a doença quando comparou-se com a IDGA (P &lt; 0,001) e o WB (P &lt; 0,001). Com relação a análise da glândula mamária, das 1096 fêmeas 101 obtiveram alterações na consistência, 16 tinham aumento na temperatura da glândula e 60 animais tiveram aumento do linfonodo retromamário. Demonstrou-se que houve diferença estatística significativa (P &lt; 0,05) apenas na comparação dos resultados das alterações da GM com os testes sorológicos. No 2º experimento os LVPR isolados pertencentes a coleção microbiológica da Embrapa Caprinos e Ovinos foram multiplicados em cultura de membrana sinovial caprina. Os sobrenadantes celulares foram armazenados e partículas virais foram purificadas para extração de RNA. Posteriormente foi realizado<br/>8<br/>o sequenciamento em síntese a fim de obter o genoma de LVPR. Para a edição, análise da sequências e filogenia foi usado o programa MEGA versão 7.0. Foram multiplicadas em cultura celular 17 isolados destes seis foram viáveis, duas do estado de Minas Gerais (MG), uma do Rio Grande do Norte (RN) e as demais do Ceará. Das amostras viáveis duas foram sequenciadas, uma de MG e outra do RN. Do total do genoma dos LVPR (9.200 bases) a amostra BRMG CNPC gerou um consenso de 6.399 bases, cerca de 70% do genoma viral, e a amostra BRRN CNPC gerou um consenso de 5.354 bases, 58,19% do genoma total. As amostras destes estudo demonstraram maior relação filogenética com o grupo B (subtipo B1). Regiões imunodominantes do gene gag e motifs do gene pol foram semelhantes a cepa padrão CAEV Cork. Como conclusões esta pesquisa evidenciou que dentre os testes sorológicos utilizados o WB foi mais sensível que a IDGA, e a nPCR detectou uma maior quantidade de animais infectados com lentivírus caprino. Indica-se a associação do teste sorológico com o molecular (WB e nPCR). Animais infectados tendem a possuir alterações na GM, sendo mais provável encontrar essas alterações em animais com resultado sorológico positivo. Pela primeira vez no Brasil foi sequenciado o gene gag e pol completos da amostra BRMG CNPC e a amostra BRRN CNPC do estado do Rio Grande do Norte foi sequenciado 2491 bases do total de 3316 bases para o gene pol. Essas amostras sequenciadas pertencem ao grupo B subtipo B1 dos LVPR. Epitopos do gene gag e motifs do gene pol das amostras deste estudo foram conservados em relação a cepa padrão CAEV Cork.<br/>Palavras-chave: Lentivirus de Pequenos Ruminantes. Diagnóstico. Alterações na glândula mamária. Caracterização molecular. Filogenia.