Atividade antinociceptiva, em dores agudas, de um novo fator opióide da secreção cutânea de Rhinella schneideri

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Carvalho, Isabella Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=52330
Resumo: Os agonistas opióides representam um grupo de drogas utilizado terapeuticamente para aliviar as dores agudas intensas e crônicas em pacientes terminais, apesar de apresentarem efeitos colaterais de tolerância e dependência psicológica e física. Os pesquisadores continuam na busca de novas drogas analgésicas tão potentes quanto a morfina e com menos efeitos colaterais. O veneno dos anfíbios Rhinella schneideri é extremamente rico em substâncias biologicamente ativas secretadas das glândulas parotoídes, que têm sido bastante estudadas na tentativa de desenvolvimento de novas drogas terapêuticas. Este estudo teve como objetivo estudar os efeitos antinociceptivos, em dores agudas, de um fator isolado da secreção das glândulas parotóides de Rhinella schneideri. No presente trabalho, purificamos um novo fator da secreção cutânea de Rhinella schneideri e testamos sua atividade antinociceptiva em quatro modelos experimentais clássicos de dores agudas em camundongos: o teste de contorções abdominais, o teste da formalina, o teste da placa quente e o teste do “tail flick”. Em todos os testes foram utilizadas as vias de administração intraperitoneal, onde as doses do fator utilizadas foram de 1, 2 e 5mg/Kg; e a via oral com doses de 2, 5 e 10mg/Kg. No teste de contorções abdominais por ácido acético, o fator inibiu significativamente o número de contorções abdominais em relação ao controle, de forma dosedependente e foi cerca de 50% mais potente do que a morfina (5mg/Kg), quando comprado mol a mol. No teste da formalina, o fator diminuiu significativamente o tempo de reação em relação ao controle, nas fases 1 e 2, observando-se um efeito dose-dependente e foi cerca de 114% mais potente na fase 1 e 61% mais potente na fase 2 do que a morfina. No teste da placa quente, o fator aumentou significativamente o tempo de permanência do animal sobre a placa, em relação ao controle, observandose um efeito dose-dependente com provável ação no SNC e foi cerca de 252% mais potente que a morfina. No teste do tail flick, o fator aumentou significativamente o tempo de imersão da cauda em Banho Maria em relação ao controle, observando-se um efeito dose-dependente e de ação medular, e foi cerca de 80% mais potente que a morfina. Os efeitos antinociceptivos do fator foram revertidos pelo naloxone (5mg/Kg) em todos os testes usados acima, mostrando o envolvimento do sistema opióide em seu mecanismo de ação. Os efeitos antinociceptivos foram tanto periféricos como centrais (cérebro e medula) e atuaram em dores agudas de origem neurogênica e inflamatória. Este fator poderá, no futuro, ser utilizado como modelo para desenvolvimento de novas drogas analgésicas. Palavras-chaves: Antinocicepção, dor aguda, anfíbios.