Lectina de hypnea cervicornis inibe hipernocicepção e infiltrado Leucocitário no modelo de artrite induzida por zimosan em ratos: envolvimento de óxido nítrico e citocinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bringel, Pedro Henrique De Souza Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=115637
Resumo: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória articular, crônica e autoimune, que acomete 0,5-1% da população e gera prejuízos econômicos e sociais aos indivíduos acometidos. Caracteriza-se por típica sinovite persistente, hiperplasia sinovial, infiltrado linfomononuclear, neoformação vascular e dor. Na artrite experimental induzida por zymosan em ratos observa-se intenso infiltrado neutrofílico, hipernocicepção e aumento de permeabilidade vascular e de interleucinas (IL-1, IL-10, TNF-eóxido nítrico (NO). A literatura demonstra que a lectina isolada da alga vermelha Hypnea cervicornis (HCA) apresenta atividades antiinflamatória e anti-hipernociceptiva em roedores envolvendo o domínio lectínico e óxido nítrico. Objetiva-se neste trabalho investigar os mecanismos envolvidos no efeito inibitório da lectina de Hypnea cervicornis (HCA) sobre parâmetros inflamatórios presentes no modelo de artrite induzida por zymosan na articulação tíbio-tarsal de ratos. Os animais artríticos receberam morfina (4 mg/kg - intraperitoneal), indometacina (5 mg/kg - intraperitoneal) ou lidocaína a 2% (100 μl-subcutâneo). HCA (0,1-3 mg/kg) foi administrado por via endovenosa 30 min antes, 2 h após ou 5,5 h após o zymosan. 1H- [1,2,4] oxadiazolo [4,3-a] -quinoxalin-1-ona (ODQ - 4 μg - intra-articular) foi administrado 30 minutos antes da HCA. A hipernocicepção foi mensurada a cada hora até 6 h, período em que os animais foram sacrificados para avaliação dos leucócitos do fluido intra-articular e expressão gênica de TNF-α, IL-1, IL-10 e iNOS nos tecidos articulares, utilizando técnicas de PCR. A hipernocicepção foi responsiva à morfina e indometacina, e seu limiar não foi alterado pela lidocaína. O pós-tratamento da HCA reduziu a hipernocicepção e o influxo de leucócitos. Este efeito antinociceptivo foi abolido por ODQ ou glibenclamida. O HCA também reduziu a expressão gênica de iNOS e TNF-α no pós tratamento 2 h após a indução da artrite. O pós-tratamento com HCA (3 mg / kg) 5,5 h após a indução da artrite reduziu a hipernocicepção (37,36 ± 9,7 g vs. zimosan 20,87 ± 4,5 g), influxo de leucócitos (8.868 ± 1.568 vs. zimosan: 56.030 ± 6.240 leucócitos / mm3) (por zimosan e fMLP ) e estágios de inflamação (rolamento e adesão). Este efeito envolve NO e IL-1. A incubação de macrófagos com HCA por 1 h após a estimulação com zymosan aumentou o limiar nociceptivo em duas vezes (45 ± 5 g) e inibiu a migração de leucócitos em 39% (2887 ± 12 células) e o edema em 49% (3,8 ± 0,6 mm) . Em conclusão, a HCA apresenta importante papel imunomodulador no processo de inflamação articular induzido por zymosan. Palavras-chave: inflamação; artrite; zymosan; lectina; hypnea cervicornis.