Análise de custo-consequência em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico submetidos às terapias trombolítica e conservadora em um hospital público terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Monteiro, Waldelia Maria Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107345
Resumo: As Doenças Cardiovasculares (DCV) representam, mundialmente, uma das principais causas de mortalidade, inclusive no Brasil, sendo também a maior causa de internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. Dentre elas, tem-se o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que, separadamente, ocupa a quarta causa de morte. Quando se fala em tratamento de pacientes acometidos por AVC, observa-se um grande impacto nos sistemas de saúde e de seguridade social. Diante da escassez de recursos e surgimento de novas tecnologias, com custos elevados e a incidência crescente de novos casos de AVC, optou-se por levantar o seguinte questionamento: Quanto custou o tratamento conservador e a terapia trombolítica para pacientes acometidos por AVC isquêmico, e quais foram os resultados clínicos associados a estes na perspectiva de um hospital terciário de referência em AVC do SUS? Trata-se de um estudo de avaliação econômica parcial, utilizando a análise de custo-consequência do AVC isquêmico, tendo por alternativas comparadas os tratamentos conservador e trombolítico. O estudo foi realizado na Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no período de novembro a dezembro de 2019. A população do estudo foi composta por 166 usuários do SUS submetidos ao tratamento por trombólise (grupo trombólise-GT) ou conservador (grupo conservador-GC) internado em uma UAVC nos meses de julho e agosto de 2019. Para análise de custo-consequência foram utilizados o custo unitário final dos centros de custos cujos serviços foram utilizados pelos pacientes ao longo de sua internação no hospital. Para análise de sensibilidade utilizou-se a mediana dos custos e comparou-se à média dos custos. Os prontuários e outras fontes secundárias foram os principais objetos desta pesquisa. A idade dos pacientes variou de 21 a 96 anos, sendo uma maior predominância do sexo masculino (61,9%). 38,1% dos pacientes acometidos possuem apenas o fundamental incompleto e 54,8% são casados/união estável. Os aposentados representam-se em 52,4% dos pacientes da amostra. Os fatores de risco mais prevalentes foram: HAS (62,7%), tabagismo (54,0%) e etilismo (46,8%), separadamente. Entre os custos unitários finais, o serviço mais dispendioso no tratamento do AVC isquêmico foi o Centro Cirúrgico da Emergência/Sala de Recuperação com R$ 6.920,74. A média de gastos efetivos dos serviços ofertados para o tratamento do AVC isquêmico no HGF foi na ordem de R$ 7,2 milhões, o que representa 19,2% do resultado final do HGF. A análise de custo-consequência em relação ao tempo total de internação, infere em valores elevados na terapia trombolítica com mediana de R$ 31.474,40 para pacientes grau III NIHSS com 30,5 dias de internação. Verifica-se ainda, no grupo conservador 04 pacientes com mediana de internação 24,5 dias e com valoração de custo de R$ 40.156,70. O grupo conservador representou um custo maior que o de trombólise, considerando o desfecho de gravidade de AVC – NHISS (admissão à alta (n=119), e com tempo mediano de 11 dias de internação. Os custos dos pacientes de ambos os grupos, trombólise e conservador, representaram o valor de R$ 798.859,90, que correspondeu a 2,1 % do gasto efetivo do hospital.