Memória e resistência em performances-narrativas de sujeitos participantes do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da UECE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: CHAVES, CLÁUDIA RÉGIA DAMASCENO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107966
Resumo: Os alunos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da UECE constroem espaço de luta, de resistência e de cidadania no memorial acadêmico, gênero discursivo por eles produzido e apresentado em 2018 como Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Esta tese de doutorado tem por objetivo estudar as narrativas autobiográficas desses sujeitos, como memórias e performances na produção de significados que atualizam as lutas dos povos campesinos. Trata-se de pesquisa aplicada, construída no diálogo entre Linguística Aplicada e Educação do Campo, cujos dados são analisados com base nos pressupostos teóricos da Pragmática Cultural (ALENCAR, 2014; 2015; 2021), linha de pesquisa dos Estudos Críticos da Linguagem. Nesse caso, focalizo as noções de atos de fala (AUSTIN, 1990) e de performance (BAUMAN; BRIGGS, 1990) para investigar reflexões, proposições e ações depreendidas dos memoriais acadêmicos analisados e de entrevistas aplicadas a sujeitos que atuaram/agenciaram na construção desse curso; e analisar temas abrolhados por discursos/palavras/expressões (tais como “ocupação” e “licenciatura em educação do campo”) desvelados no entrelaçamento das histórias de vida desses sujeitos para a compreensão de como esses atores sociais performatizam, isto é, como produzem significados no espaço da universidade; e, ainda, quais seus efeitos no protagonismo da luta dos povos do campo. No que se refere aos Estudos de Educação do Campo, me oriento sobretudo pelas reflexões de Brandão (1983), de Carvalho (2006; 2013) e de Freire (1967; 1987). Em termos de resultados, a análise aponta para o entendimento de que as lutas dos povos campesinos são potencializadas e atualizadas pela recontextualização, ou seja, pela performance das histórias de vida dos sujeitos participantes, por meio de atos de fala, entendidos como práticas linguísticas/linguageiras em que linguagem é concebida como ação social; os atos de fala são realizados em diversas possibilidades de práticas linguísticas _ por exemplo, nas palavras de ordem, na mística, no discurso político-militante _ cujos efeitos de sentido são desvelados em redes de afeto, construídas nas vivências da militância político-pedagógica, e potencializados em movimentos de forças insurgentes na luta sobre as questões do campo. Ademais, a pesquisa me possibilita concluir ainda que as performances-narrativas analisadas se constituem contranarrativas àquelas operacionalizadas por ideologias hegemônicas.