Sentidos do cuidado na hipertensão arterial para enfermeiros e usuários na saúde da família: uma aproximação à hermenêutica Gadameriana

• Ano de defesa: 2010
• Autor(a) principal: Araújo, Janieiry Lima de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Cuidados clínicos em enfermagem e saúde; Hipertensão; Programa Saude da Familia
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=59889

Trata-se de um estudo qualitativo com aproximação hermenêutica gadameriana sobre o sentido do cuidado em saúde na hipertensão arterial (HA) desenvolvido por enfermeiros da Estratégia Saúde da Família e por usuários cadastrados no Programa HIPERDIA no município de Pau dos Ferros/RN. Os objetivos foram compreender os sentidos atribuídos pelos enfermeiros da ESF às ações de cuidar que realizam junto aos usuários cadastrados no Programa de Acompanhamento e Controle da HA e os sentidos atribuídos aos cuidados recebidos/realizados pelos usuários para o controle da pressão arterial e, discutir as interfaces de ambos os sentidos. Participaram 11 enfermeiros e 23 usuários dos serviços. Realizou-se entrevista semiestruturada e a análise das falas dos participantes foi apoiada nos conceitos da filosofia de Hans-Georg Gadamer. Emergiram cinco unidades de significados para os enfermeiros e três para os usuários. A hermenêutica desvelou que o cuidar dos enfermeiros ocorre com limitações relacionadas à estrutura organizacional dos serviços, e falta de diálogo com os demais profissionais da equipe, o que os impede de atuar interdisciplinarmente, inclusive com os usuários. Sobre os sentidos do cuidado para os usuários, evidenciou-se que valorizam o tratamento medicamentoso para diminuição dos níveis tensionais, que desconhecem o papel dos enfermeiros no cuidado da hipertensão, e que, diferente do que pensam estes profissionais, os usuários compreendem como devem se cuidar para controlarem a pressão arterial. Concluímos que há dissonância entre o sentido do cuidado prestado por enfermeiros e o recebido pelos usuários, o que dificulta o diálogo terapêutico‘, o que pode se dar em decorrência da supervalorização da doença, do saber instrumental e biológico. Há, entretanto, possibilidade de transformação desta prática tecnicista, repetitiva e medicalizante ao se exercitar o diálogo como possibilidade terapêutica, onde o ser-enfermeiro e o ser-hipertenso estejam em um horizonte comum. Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem; Programa Saúde da Família; Hipertensão; Filosofia em Enfermagem.