História e crítica ao neokantismo em Walter Benjamin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cardoso, Adriano Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87646
Resumo: Nas suas teses de 1940, intituladas Sobre o conceito de história, Walter Benjamin se dirige a dois adversários: o historicismo, concepção histórica da burguesia vencedora, e a socialdemocracia, traidora do proletariado revolucionário. Em uma das anotações a essas teses, conhecida como tese XVIIa, ele apresenta o neokantismo como a Filosofia por trás da socialdemocracia, e é daí que partimos para investigar o sentido da crítica do pensador judeu. Em um primeiro momento, faz-se necessário percorrer historiograficamente a associação entre neokantismo e socialdemocracia, tanto pelo viés de filósofos neokantistas como Cohen, Natorp e Vorländer, como pelo exame do grande político socialdemocrata Eduard Bernstein, adentrando igualmente nos acirrados debates da Segunda Internacional a respeito da questão do revisionismo teórico de Marx, que visava eliminar do pensamento socialista a dialética, quando então trazemos a tona, acima de tudo, as figuras críticas de Rosa Luxemburgo e György Lukács. A sequência da exposição visita os textos de juventude de Benjamin, onde o autor dialoga, em maior ou menor medida, com o pensamento neokantista, mas deu-se igual atenção a uma deriva pelos textos estéticos do autor à época, tendo em vista que, embora os neokantistas não sejam citados, questões de método cruciais a esse embate são desenvolvidas naqueles textos. O último capítulo apresenta a conclusão, como um produtivo choque dessas duas trilhas, onde a concepção de história e método de Benjamin, fincada no tempode-agora, se opõe ao tempo homogêneo, que oferece fundo à história, tal como esta é concebida pelos socialdemocratas, com sua danosa noção de progresso. A empreitada de Benjamin desfere um severo golpe no criticismo cientificista, que retira do pensamento socialista seu potencial efetivamente revolucionário – e que só é revolucionário na medida em que é mais do que simples pensamento –, situando o autor na linha de Luxemburgo e Lukács, mas com suas especificidades, que indicam um viés mais apropriado ao capitalismo da sociedade de massas do século XX. Palavras-chave: Socialdemocracia. Neokantismo. História. Materialismo histórico.