POTENCIAL DE PRODUTOS NATURAIS DE Croton blanchetianus Baill. E Annona muricata Linn. COMO AGENTES ANTILEISHMANIAIS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinto, Cleonilda Claita Carneiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=97868
Resumo: Para o combate à leishmaniose os fármacos atualmente utilizados, possuem grau de toxicidade elevado provocando sérios efeitos colaterais ao organismo e não possuem a eficácia desejada. Neste contexto, produtos naturais ou seus derivados que possuam ação antileishmanial apresentam-se como alternativas viáveis para o desenvolvimento de novas drogas. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial antileishmanial de produtos naturais das espécies Croton blanchetianus e Annona muricata, comumente presentes no Nordeste brasileiro. O óleo essencial das folhas do C. blanchetianus (OEFCB) foi obtido por hidrodestilação, enquanto os extratos hexânico (EHFCB) e metanólico (EMFCB) por extração com Sohxlet. Componentes do EMFCB foram identificados e quantificados por HPLC, enquanto que constituintes do OEFCB e EHFCB foram identificados por CG-MS. As acetogeninas presentes nas sementes de A. muricata foram isoladas em HPLC semipreparativo e caracterizadas por LC-MS, RMN e IR. Os extratos metanólico e hexânico de C. blanchetianus foram testados em promastigotas e amastigotas de Leishmania spp. O OEFCB foi avaliado frente às formas promastigotas de Leishmania spp. O óxido de cariofileno (CaryO), composto majoritário do OEFCB, e as acetogeninas isoladas foram testadas em amastigotas de L. infantum. A citotoxicidade em macrófagos murinos do CaryO, EHFCB, EMFCB e das acetogeninas foi avaliada pelo método do MTT. As acetogeninas e o CaryO tiveram a toxicidade avaliada em Zebrafish (Danio rerio). O CaryO (44,28%) foi o principal constituinte do óleo essencial (OEFCB) e demonstrou atividade antileishmanial contra promastigotas de L. brasiliensis e L. infantum, com IC50 de 13,60 e 13,26 &#956;g/mL, respectivamente. Ação antileishmanial significativa contra amastigotas de L. infantum foi observada para CaryO, com redução da carga parasitária de 54 a 66%. A proteína UDP-galactopiranosemutase de L. infantum (LiUGM) foi modelada com sucesso e a docagem molecular revelou a alta complementariedade de CaryO com a enzima UGM, sugerindo um possível mecanismo de ação. Além disso, o CaryO não foi tóxico para macrófagos murinos nem para Zebrafish. Para o EHFCB foram identificados os ácidos palmítico, mirístico e esteárico e para o EMFCB o ácido gálico, amentoflavona, kaempferol-3-O-rutinoside e rutina foram identificados. Os extratos apresentaram atividade antileishmanial com IC50 contra promastigotas axênicas de 0,14 e 0,21 &#956;g/mL para EHFCB e EMFCB, respectivamente, e de 0,33 &#956;g/mL para o EHFCB e 0,07 &#956;g/mL para o EMFCB contra amastigotas axênicas. Em<br/>amastigotas intracelulares as reduções da carga parasitária causadas foram de até 77% e 82% para EHFCB e EMFCB, respectivamente. Ambos os extratos não apresentaram toxicidade em macrófagos. A annonacina, assim como a javoricina na concentração de 25&#956;g/mL, mostraram-se pouco tóxicas aos macrófagos murinos. A redução da carga parasitária induzida pela annonacina variou entre 70 e 83%, enquanto na javoracina (25&#956;g/mL) foi de 75% a 79%. As acetogeninas não foram tóxicas ao Danio rerio causando apenas efeito sedativo. Portanto, foi relatada a atividade antileishmanial dos extratos EHFCB e EMFCB e do CaryO, bem como da annonacina e javoricina, sugerindo estes compostos como alvos promissores para o tratamento das leishmanioses.<br/>Palavras-chave: Antileishmanial. Croton blanchetianus. Óxido de cariofileno. Acetogeninas. Annona muricata.