REPERCUSSÕES CLÍNICAS DE MECANISMOS DE HIPERSENSIBILIDADE CUTÂNEA EM CÃES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FERREIRA, TIAGO CUNHA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=92628
Resumo: As reações de hipersensibilidade cutânea são definidas como mecanismos imunológicos de resposta exacerbada a antígenos endógenos ou exógenos. Essas reações estão envolvidas no desenvolvimento de diferentes enfermidades, como as Farmacodermias e a Dermatite Atópica Canina (DAC). Baseado nisso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as repercussões clínico-laboratoriais das reações de hipersensibilidade cutânea em cães por meio das seguintes estratégias: avaliação da resposta inflamatória tecidual e sistêmica em cães com DAC e investigação de casos clínicos envolvendo mecanismos de hipersensibilidade em dermatopatias caninas. Para tanto, foram incluídos no estudo dez cães com dermatite atópica, sendo submetidos à avaliação clínica das lesões, avaliação hemato-bioquímica e avaliação histopatológica. A análise clínica baseada no grau lesional (CADESI) permitiu a divisão dos cães em dois grupos: AI (N=5), com CADESI entre 0-10, e AII (N=5), com CADESI entre 10-34. O grupo controle (N=5) foi proveniente do canil do corpo de bombeiros do Estado do Ceará, composto por animais isentos de enfermidades tegumentares e sistêmicas. Os cães atópicos apresentaram menor contagem de eosinófilos circulantes (p&lt;0.05), assim como tendência a maior contagem de neutrófilos e relação neutrófilo/linfócito. O valor de albumina foi superior no grupo AI, quando comparado a AII e controle (p&lt;0.05), enquanto a dosagem de malondialdeído (MDA) não diferiu entre os grupos. Observou-se na avaliação histopatológica dos grupos AI e AII, a presença de alterações epidérmicas e infiltrado inflamatório perivascular caracterizado por neutrófilos, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e mastócitos. No que se refere a contagem celular, foi possível observar maior quantidade de mastócitos nos grupos AI e AII que no grupo controle (p&lt;0.05). A partir do exposto, conclui-se que houve aumento na resposta inflamatória tecidual e sistêmica na DAC. Contudo, esse processo não foi capaz de interferir no balanço oxidativo dos cães avaliados. Relatou-se, também, neste trabalho, o desenvolvimento de pênfigo foliáceo (PF) após reação de hipersensibilidade à Mupirocina em cão. O cão apresentou urticaria, colarinhos epidérmicos difusos, lesões papulo-crostosas, eritema nasal, blefarite biocular, apatia e febre. Realizou-se exame citológico e histopatológico, sendo os achados compatíveis com PF. Após a terapia, o paciente apresentou redução do quadro lesional, contudo, observa-se recidiva das lesões quando a dose da corticoterapia é reduzida. Por fim, relatou-se um caso de otite aguda canina secundária à reação de hipersensibilidade à solução otológica. Após a instituição da terapia auricular, o cão apresentou intenso eritema auricular e secreção melicérica bilateralmente.<br/>Realizou-se exame citológico, assim como cultura de bactérias aeróbicas, sendo evidenciado em tais exames um infiltrado inflamatório piogranulomatoso, com pouca presença de conteúdo bacteriano e fúngico, corroborando com os achados da cultura bacteriana. A nova terapia consistiu na troca de todos os compostos medicamentosos, sendo adquirida a remissão lesional no décimo dia de tratamento. Em conjunto, os trabalhos fornecem evidências de diferentes manifestações clínicas associadas às reações de hipersensibilidade em cães, sendo necessária atenção do Médico Veterinário para identificação e interpretação dos sinais associados a esta desordem imunológica.<br/>Palavras-chave: Atopia canina. Reação adversa à droga. Inflamação tecidual.