Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Sampaio, Thais Carioca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=100714
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Resumo: |
O advento da Economia do Compartilhamento vem fomentando uma revolução no mercado de trabalho, sobretudo quanto ao número de relações laborais que se multiplica através de plataformas digitais. Sob a argumentação de serem apenas intermediárias tecnológicas na aproximação entre demandantes e prestadores de serviços, empresas como a Uber contribuem para elevar a massa de trabalhadores flexíveis, também chamados de uberizados. Desse modo, focando em uma das principais categorias de trabalhadores que surgiu desse fenômeno econômico, o objetivo geral deste estudo é compreender o que pensam os motoristas por aplicativos sobre suas relações de trabalho e respectivas condições laborais, perpassando ainda pela análise das motivações de entrada, permanência e saída da atividade. A fase de campo da pesquisa foi realizada em Fortaleza, Ceará, Brasil, entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. Com relação à metodologia, realizou-se uma pesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando dados e métodos mistos através dos seguintes instrumentos: aplicação de um questionário de condições de trabalho e realização de entrevistas semiestruturadas em profundidade. Os dados quantitativos obtidos de 89 questionários foram submetidos à estatística descritiva, enquanto os dados qualitativos, das 18 entrevistas realizadas, à análise de conteúdo. Como resultado, foram constatados três eixos de motivação de entrada: flexibilidade, oportunidade e renda. Verificou-se uma tendência à percepção de transitoriedade da atividade, de modo que a motivação de permanência estava muito relacionada a uma falta de outra opção laboral. Já a violência a que são expostos em sua rotina e a deterioração das condições de trabalho foram relatadas como os principais motivadores de saída. A partir da análise, foi possível perceber uma crescente precarização das condições de trabalho dos motoristas, embora a atividade ainda seja vista como vantajosa quando comparada ao emprego formal no mercado de trabalho. Quanto à análise jurídica da relação de emprego, por mais que seja possível identificar uma subordinação algorítmica, em sua maioria, os motoristas se consideram não-subordinados e não desejam ser enquadrados como trabalhadores formais pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Por fim, além de contribuir com reflexões teóricas sobre o trabalho dos motoristas por aplicativo, o presente estudo traz, como contribuição prática, uma série de recomendações para a mitigação da precarização do trabalho nessa atividade. |