O artigo definido diante de antropônimos e pronomes possessivos na fala culta de Fortaleza-CE: um estudo em tempo real sob a ótica da Sociolinguística Variacionista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Almeida, Brenda Kathellen Melo De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113436
Resumo: Esta pesquisa investigou a variação do emprego do artigo definido diante de antropônimos e pronomes possessivos no falar culto de Fortaleza nas décadas de 1990 e 2010, sendo assim um estudo em tempo real. Além disso, investigamos as percepções, crenças, avaliações e atitudes linguísticas que os falantes fortalezenses cultos têm a respeito do fenômeno em pauta. Para tanto, apoiamo-nos no modelo teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1994, 2001, 2008, 2010; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]). Nossos dados de fala são provenientes do banco de dados PORCUFORT (Projeto Português Oral Culto de Fortaleza) FASE I (dados da década de 1990) e FASE II (dados da década de 2010). O PORCUFORT se caracteriza por ser um banco representativo do falar culto de Fortaleza-CE, pois todos os seus informantes possuem curso universitário completo, são naturais de Fortaleza-CE, estão estratificados em sexo feminino e masculino e três faixas etárias, sendo elas faixa I (22-35 anos), faixa II (36-55) e faixa III (56 anos ou mais). Para a investigação do emprego do artigo definido nos contextos supracitados, selecionamos uma amostra de 36 informantes, sendo 18 informantes da Fase I e 18 informantes da Fase II. Além disso, controlamos as seguintes variáveis: preposição, item de enumeração, pessoa do discurso, sexo, faixa etária e intimidade do falante com o referente. Já para a investigação das percepções, crenças, avaliações e atitudes linguísticas, aplicamos um questionário online através da ferramenta Google Formulários, entre o período de março de 2023 a setembro do mesmo ano. Nossos dados referentes à variação do artigo definido foram catalogados e analisados estatisticamente com o auxílio dos programas R e R Studio, e nossos resultados gerais indicam a predominância do emprego do artigo defino diante de antropônimos e diante de pronomes possessivos no falar culto de Fortaleza, tanto nas décadas de 1990 e 2010. A variável relevante para o contexto dos antropônimos na década de 1990 foi a faixa etária II (36-55 anos). Já na década de 2010 não houve variáveis relevantes. No contexto de artigo diante de possessivos, na década de 1990, as variáveis relevantes foram preposição, intimidade, faixa etária e pessoa do discurso. E na década de 2010 foram preposição, faixa etária, pessoa do discurso e intimidade. Os resultados do teste de percepções, crenças, avaliações e atitudes linguísticas revelaram que o fenômeno em pauta é um indicador sociolinguístico e que este recebe uma avaliação neutra pelos participantes que responderam ao nosso questionário.