Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Farias, Mariana Ramalho de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=88378
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Resumo: |
A presente investigação toma como objeto de estudo a análise da relação entre trabalho e sofrimento psíquico em profissionais da Atenção Básica do município de Sobral, Ceará, com o objetivo de compreender a relação entre trabalho e saúde mental e suas consequências na prestação dos cuidados individuais e coletivos. Busca-se, de forma específica, descrever o perfil de trabalho dos profissionais, discriminando processo, jornada e condições de trabalho e o perfil de características psicológicas, discriminando expressões do processo saúde/doença mental; produzir mapa de relações entre o perfil de trabalho e o perfil psicológico identificados e estimar a prevalência de transtornos mentais comuns nesses sujeitos. Utiliza-se do referencial teórico da Psicopatologia do Trabalho, de Codo e Sampaio, fundamentada na Dialética Marxista. A metodologia escolhida opta por uma pesquisa social em saúde, de natureza qualitativa, crítico-analítica, com triangulação metodológica. Os sujeitos do estudo foram constituídos pelos trabalhadores que atuam na atenção básica, incluindo médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cirurgiões dentistas, auxiliares de saúde bucal e agentes comunitários de saúde. Para o processo de investigação, utilizou-se cinco ferramentas: um questionário sóciodemográfico-profissional; a versão em português do Job Content Questionaire; a versão em português do Self Report Questionaire-20; a Entrevista de Aprofundamento Clínico e Representação do Trabalho e o diário de campo. Em um primeiro momento, aplicou-se os questionários com 433 profissionais para identificar os expostos ao risco de adoecimento mental relacionado ao trabalho. A partir dessa identificação, procedeu-se à segunda etapa, com aplicação da entrevista aberta, a Entrevista de Aprofundamento Clínico e Representação do Trabalho, com onze profissionais representativos da maior e da menor propensão de desenvolver sofrimento psíquico. Os dados foram analisados a partir do modelo DemandaControle e da análise de discurso de Orlandi. Os resultados apontaram uma prevalência de TMC de 26,8%, com maior frequência entre os Agentes Comunitários de Saúde. Quanto ao modelo Demanda-Controle, cerca de 5% dos trabalhadores apresentaram alto desgaste no trabalho. Verificou-se que quanto maior a posição hierárquica na equipe, menores são os riscos de adoecimento relacionado ao trabalho. As categorias de nível médio, principalmente os Agentes Comunitários de Saúde, apresentaram maior risco de adoecimento relacionado ao trabalho. A partir 8 da análise da jornada, turnos de trabalho, intervalos e socialização, verificou-se que não há interferência desses fatores na saúde mental dos trabalhadores. A precariedade do vínculo e a ausência de Plano de Cargos, Carreira e Salários não se materializaram enquanto adversidade na consciência desses sujeitos, portanto, apresentam-se como eventual fonte de desgaste, mas não de sofrimento psíquico. O trabalho comparece como elemento constituinte da identidade e das experiências de vida, interferindo nas relações pessoais e afetivas. É vivenciado de forma paradoxal, pois é destacado como fonte de prazer; satisfação e realização pessoal; e reconhecimento social. Entretanto, há outro lado, caracterizado pela falta de reconhecimento, de valorização profissional, de sobrecarga de trabalho e de impotência diante das demandas dos usuários e dos problemas da comunidade, que não só geram insatisfação, como também podem produzir sofrimento e adoecimento. <div>Palavras-Chave: Saúde Mental. Saúde do Trabalhador. Atenção Primária à Saúde.</div> |