Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
HOLANDA, MARIA AURILENE PINTO SAMPAIO |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95720
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Resumo: |
A vida do homem transcorre em meio a crenças e costumes que são adquiridos ao longo das vivências sócio-histórico-culturais às quais é submetido, e com a morte não é diferente. Os rituais que circundam a morte e o morrer são repassados de geração a geração, podendo ocorrer ruptura ou permanência ao longo dos anos. E uma das maneiras de conhecer determinada realidade sócio-histórico-cultural de um povo é por meio dos textos deixados pelos antepassados, mais precisamente por meio do léxico. Assim, a fim de estudar os sentidos expressos pelo léxico da morte, nesta dissertação analisa-se as lexias que dizem respeito à pré- morte, à causa mortis e ao pós-morte, considerando tanto o contexto sócio-histórico-cultural de produção dos textos quanto a classificação das lexias. Os documentos que nos serviram de corpus foram escritos pelos vigários Philomeno do Monte Coelho e Catão Porfírio Sampaio, entre os anos de 1889 a 1915; são 755 certidões de óbitos que se encontram em um códice, intitulado Livro 2 Itapipoca, hodiernamente, arquivado na cúria diocesana de Itapipoca-CE. Nosso percurso teórico-metodológico contempla o labor Filológico (SPINA, 1977; CAMBRAIA, 2005; XIMENES, 2013); em que adotamos o modelo de edição filológica recomendado pelo grupo de pesquisa PRAETECE (Práticas de Edição de Texto do Estado do Ceará), no qual este trabalho está inserido. No que concerne aos estudos linguísticos tomamos como pressupostos teóricos os estudos em Lexicologia (BIDERMAN, 1978, 1996; VILELA, 1979, 1994); e nas definições de Lexicologia Social (MATORÉ, 1953), bem como na classificação e definição de lexia (POTTIER, 1979). Quanto aos estudos históricos e culturais que circundam a morte e o morrer, aparamo-nos nos pressupostos de Ariès (2012, 2014), Reis (1991, 1997) e Geertz (2008). Investigação que possibilitou compreender o papel das crenças religiosas, sobretudo da Igreja Católica perante costumes e rituais fúnebres. Os procedimentos metodológicos deram início com a reprodução mecânica, do livro de registros de óbitos, por meio de fotografias, que nos permitiu ter acesso ao livro sem a necessidade do constante manuseio, deste modo, preservando a materialidade do objeto. Posteriormente, acessando os arquivos digitais das fotografias, realizamos a edição semidiplomática, processo que consiste na transcrição do conteúdo do texto seguindo as normas do modelo de edição semidiplomático, para suporte digital, neste caso, o programa de computador Word. De posse das edições filológicas, iniciamos a recolha das lexias, em que foram coletadas: 34 lexias que correspondem ao ritual de pré-morte; 94 lexias de causa mortis; e 11 lexias concernentes ao pós-morte. O que nos possibilitou um estudo interdisciplinar dos fenômenos linguísticos e/ou extralinguísticos presentes nos textos, pois adentramos a diversas áreas do conhecimento. Com o estudo lexical foi possível compreender o grau de relevância dos rituais e atitudes do homem ante a morte, sobretudo dos costumes e rituais fúnebres, bem como as mudanças sócio-histórico-culturais que interferem nas atitudes do homem perante a morte e o morrer. A investigação possibilitou identificar, no contexto de produção, as relações de sentido expressas pelas lexias de pré-morte, de causa mortis e de pós-morte. |