UM ENSAIO DE CAMPO RANDOMIZADO POR AGREGADOS PARA AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE CORTINAS IMPREGNADAS COM INSETICIDA NO CONTROLE DO AEDES AEGYPTI E NA INFECÇÃO PELO VÍRUS DENGUE EM CRIANÇAS DE FORTALEZA, BRASIL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: NETO, ANTONIO SILVA LIMA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=82215
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Um ensaio randomizado por agregados avaliou a eficácia de cortinas impregnadas com inseticida de longa liberação (Insecticide-Treated Courtains – ITCs) no controle do Aedes aegypti e na transmissão do vírus dengue (DENV) em Fortaleza, Brasil. Um total de 4.658 imóveis, distribuídos em vinte agregados, ou receberam a intervenção que consistia na instalação das ITCs e vedação de caixas d’água, ou atuaram como agregados controle. Três inquéritos entomológicos, realizados entre outubro de 2011 e setembro de 2012, mensuraram a infestação por formas imaturas do mosquito (larvas e pupas), expressa em quatro índices, que foram utilizados como medidas de desfecho: Índice Predial (IP), Índice por Recipiente (IR), Índice de Breteau (IB) e Índice de Pupas por Pessoa (PPP). A infestação foi medida antes da intervenção, durante estação chuvosa e depois das chuvas. Dois inquéritos soroepidemiológicos realizados com crianças e adolescentes entre cinco e quinze anos estimaram a prevalência (antes da intervenção) e a incidência (entre maio e junho de 2012) da infecção pelo DENV, utilizando teste de ELISA indireto para detecção de IgG anti-dengue. A incidência constituiu-se no principal desfecho para medir a transmissão do DENV. A potencial correlação entre a infestação e a transmissão do vírus foi investigada, separadamente, nos agregados de intervenção e controle. Nas áreas com cortinas, a média do IP manteve-se abaixo de 1%, na transição entre o inquérito entomológico pré-intervenção (0,56%) e o realizado na estação chuvosa (0,84%). Nestes agregados, os materiais descartáveis, encontrados em sua maioria fora dos domicílios (87% do total), concentraram 62% do total de larvas e pupas coletadas. No mesmo período, o IP nos agregados de controle mais do que triplicou (0,96% - 3,21%), seguindo a tendência observada no município de Fortaleza. Nas áreas sem cortinas, o tipo de recipiente mais produtivo foi pequenos depósitos para acumulo d’água (57% das larvas e pupas), localizados preferencialmente em ambiente intradomiciliar (94% do total). Os três índices larvários (IP, IR E IB) apresentaram aumento significativamente maior entre os dois primeiros levantamentos entomológicos nas áreas controle (Valor-p &lt; 0,005). Apenas o PPP não teve variação expressiva, provavelmente devido ao pequeno número de pupas coletado. No último inquérito, os agregados de intervenção e controle voltaram a ter índices entomológicos que não diferiam em um cenário de baixa infestação. Com relação à transmissão do vírus, a prevalência da infecção pelo DENV (N=1046) foi de 43,2%, com discreta variação entre as áreas com (42,4%) e sem cortinas (44%). A incidência (N=447) foi maior nos agregados de intervenção (24,8%) do que&nbsp;</span></font>nos agregados de controle (19,7%), embora também sem significância estatística (Valor-p= 0,1931). Uma forte correlação positiva entre infestação e incidência foi observada nas áreas de controle (R²=0,4389), ao contrário das áreas com cortinas (R²=0,0005), em que não houve associação entre a densidade vetorial domiciliar e o risco de infecção pelo DENV. As ITCs foram eficazes ao evitar o aumento sazonal da infestação pelo Aedes aegypti, como atestou a diferença entre os índices entomológicos e os tipos de recipiente infestados nas áreas de intervenção e controle. A intervenção também modificou a dinâmica de propagação do vírus. A incidência registrada nas crianças dos agregados com cortinas pode ter se mantido por um deslocamento do Local Provável de Infecção (LPI) para as escolas, considerando potencial redução da transmissão intradomiciliar. Recomenda-se a condução de ensaios futuros que, tanto possam corroborar a eficácia de materiais impregnados instalados dentro dos domicílios, quanto investigar a importância do ambiente escolar como espaço de transmissão do vírus.</div><div>Palavras-chave: Dengue. Controle Vetorial. Materiais impregnados com Inseticida. Ensaios Randomizados.</div>