Avaliação da qualidade do sistema de informação sobre mortalidade no estado do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Machado, Cícera Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=47418
Resumo: <div style=""><span style="font-family: Arial, Verdana; font-size: 13.3333px;">O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade do Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM do estado do Ceará, quanto à cobertura, situação das causas mal definidas, preenchimento da declaração de óbito e testar a associação da qualidade do SIM com fatores socioeconômicos e administrativos. Trata-se de um estudo descritivo de série temporal e ecológico, envolvendo os 184 municípios e as 21 Microrregionais de Saúde (MR), descrevendo-se a série histórica do período de 1979 a 2005 e uma análise do triênio 2000-02. Os principais resultados foram: no início do período (1979), houve captação de 15.214 óbitos com 5.907 (40%) com causas mal definidas; no último ano do estudo, 2005, captação de 41.870 (72% dos estimados) óbitos, 7.624 (19%) com causas mal definidas. Constataram-se flutuações importantes na curva de tendência da mortalidade. A partir de 1995, ocorreu declínio da mortalidade com causas mal definidas. Na mesma época, o óbito hospitalar ultrapassou o domiciliar, com 19.946 (50%) óbitos hospitalares e 14.478 (38%) domiciliares em 2005. No triênio (2000-02), a média do estado foi de 22,6% para óbitos com causas mal definidas, variando de 13,4% a 39,7% nas MR. Ocorreram óbitos em 312 estabelecimentos de saúde, dos quais 232 (74,3%) notificaram 4.007 (8,3%) óbitos com causas mal definidas. Essas causas foram mais freqüentes quando o óbito ocorreu no domicilio (39.5%) . O sexo masculino superou o feminino (razão de 1,2) em causas mal definidas. Dos 45.320 óbitos ocorridos em domicílio, 17.263 (38,1%) foram de pessoas &gt;= 80 anos. Dos óbitos com causas mal definidas, 73% ocorreram em domicílio; com causas definidas, 32,5% em domicilio. O percentual de variáveis não preenchidas: raça/cor (30.5%) civil (14.7%), escolaridade (51,5%), ocupação (31, 0%) assistência médica (65.7%) . Para &lt;1 ano (da mãe): raça/cor (49,7%). escolaridade (60,4%) e ocupação (47,9%). Detectou-se associação estatisticamente significativa entre proporção de óbitos por causas mal definidas e a ocorrência de óbito no município de residência (p &lt; 0, 1) , com codificação do óbito no município de residência (p &lt; 20) e com o porte populacional do município (p &lt; 20) Não se observou associação entre proporção de óbitos com causas mal definidas e ISE (p &lt; 0,0483). Houve associação estatisticamente significativa da cobertura dos óbitos com a ocorrência de óbito no município de residência (p &lt; 0, 1) com o ISE (p &lt; 0.011) com a codificação da causa do óbito no município (p &lt; 0.007) . Não houve associação entre cobertura com o porte populacional do município ( p &lt; 0, 687). Conclui-se que o estado ainda contribui significativamente para a qualidade não satisfatória do SIM no país. Há tendência à redução dos óbitos com causas mal definidas, concomitantemente à implantação do SUS, embora essa proporção ainda seja elevada, associada aos grupos etários extremos de vida, sexo masculino, ocorrência do óbito no domicílio. A subnotificação dos óbitos, de trinta por cento, constitui em um grande desafio para o estado. As falhas no preenchimento da DO foram maiores nas variáveis sociais, importantes para as intervenções em saúde. Finalizando, sugere-se que o SIM seja incorporado às atividades da VE, efetivando o monitorando dos óbitos estimados, ocorrência domiciliar e em outros municípios, recuperando as causas básicas de óbitos e as variáveis não preenchidas, sem negligenciar a investigação do óbito domiciliar, importante como indicador de acesso da população aos serviços de saúde.</span></div>