INVESTIGAÇÃO DA NOCICEPÇÃO VISCERAL E TRANSTORNOS DE HUMOR ASSOCIADOS A PANCREATITE AGUDA ALCOÓLICA EXPERIMENTAL: ENVOLVIMENTO DO SISTEMA CANABINÓIDE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LEITE, KAIRA EMANUELLA SALES DA SILVA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84301
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A dor na pancreatite aguda (PA) é um sintoma presente em cerca de 90% dos pacientes, e seus mecanismos neurobiológicos não estão bem elucidados, influenciando na baixa especificidade terapêutica. Estudos descrevem transtornos de humor associados à dor visceral. Nesse contexto, o sistema canabinóide surge como um alvo na modulação da dor visceral, por se encontrar em regiões-chave do processamento nociceptivo. Objetivou-se caracterizar a hiperalgesia e transtornos de humor na PA e a participação do sistema canabinóide. A PA foi induzida por via intraperitoneal (i.p) em camundongos Swiss machos por etanol e ácido palmitoleico (POA) associado ao etanol (protocolo:103/16). Avaliou-se parâmetros inflamatórios (mieloperoxidase-MPO, fator de necrose tumoral alfa-TNF-&#61537;, interleucina 1 &#946;- IL-1&#946;&#61484;&#61472;histopatologia), &#945;-amilase e lipase; e parâmetros de estresse oxidativo (glutationa reduzida-GSH e malonildialdeído-MDA). A hiperalgesia visceral (0, 4, 6 e 24 h) pelo teste de von Frey (TVF) e, para investigar sensibilização central, teste de imersão da cauda (TIC) e TVF na pata. Para descartar o efeito do etanol sobre a locomoção realizou-se o teste de rota-rod (1, 2 e 3 h). Foi investigada a associação entre hiperalgesia na PA e comportamentos de depressão e ansiedade pelos testes de campo aberto (TCA), labirinto em cruz elevado (LCE), de suspensão da cauda (TSC) e de nado forçado (NF). Foi analisada a ativação neuronal (marcação por imunofluorescência para C-FOS) no córtex pré-frontal (CPF) e corno dorsal da medula. Para avaliar a modulação canabinoide, os animais receberam por via endovenosa (e.v.), WIN 55,212-2 (agonista canabinoide inespecífico), ACEA (agonista canabinoide CB1), AM1241 (agonista canabinoide CB2), URB597 (inibidor de hidrolase de anandamida), 1 h após indução da PA. Para os antagonistas de CB1 (AM281) e de CB2 (AM630), as administrações foram feitas por via subcutânea (s.c) 30 min após os agonistas. Após os tratamentos realizou-se: TVF abdominal, TIC, TCA, TSC e NF. Após sacrifício (24 h) analisou-se a concentração plasmática da &#945;-amilase, atividade de MPO e histopatologia pancreática e, na medula (T8-T12) quantificação de CB1 e CB2 por western blot. Análise estatística: teste de Bonferroni, Student e teste de Kruskal-Wallis (histopatologia) (p&lt;0.05). Os animais com PA (etanol/POA, 24 h) apresentaram aumento de parâmetros inflamatórios, estresse oxidativo, elevação de lipase e &#945;-amilase; foi observada redução nos limiares nociceptivo (4, 6 e 24 h) no TVF abdominal e TIC (24 h). Os animais com PA apresentaram comportamento depressivo. No TCA apresentaram redução no número de cruzamentos e de rearings e no LCE apresentaram menor tempo nos braços abertos. Houve um aumento significativo de neurônios marcados para C-FOS tanto na medula quanto no CPF dos animais com PA. WIN 55,212-2, ACEA, AM1241 e UR597 aumentaram significativamente o limiar de hiperalgesia nos animais com PA, seguidos de reversão pelo co-tratamento com AM281 e AM630. Os agonistas canabinóides atuaram de forma significativa na elevação do número de cruzamentos e de rearings no TCA (AM1241 e ACEA), na redução da concentração sérica de &#945;-amilase (ACEA e AM1241), danos histopatológicos (AM1241 e URB597) e MPO pancreática (AM1241) dos animais com PA. Conclui-se que há hiperalgesia visceral e transtornos de humor na PA alcóolica experimental envolvendo ativação neuronal espinal e cortical e transtornos de humor. Além disso, sugere um envolvimento da via canabinóide na modulação da hiperalgesia visceral presente nesse modelo.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Sistema canabinóide. Nocicepção. Pancreatite aguda. Depressão. Ansiedade.</span></font></div>