USO ABUSIVO DE BENZODIAZEPÍNICOS EM MULHERES: CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A CLÍNICA DE ENFERMAGEM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MARTINS, ISABELLA COSTA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=83512
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Percebemos como o sofrimento psíquico, apesar de inerente à condição humana, assumiu contornos próprios na contemporaneidade. É evidente o aumento das manifestações depressivas, dos quadros fóbicos e ansiosos diante das intensas transformações socioculturais. O benzodiazepínico surge, nessa realidade, como dispositivo de medicalização desse sofrimento, com vistas à disciplinarização dos corpos. Assim, o uso de forma abusiva dos benzodiazepínicos traz uma realidade ampla acerca da relação entre o sujeito, o medicamento, o profissional de saúde e o sofrimento psíquico. Apostamos numa discussão que não restringe o benzodiazepínico a uma mera acepção química e, para isso, utilizamos a psicanálise como referencial teórico dessa pesquisa, articulando a teoria psicanalítica à experiência clínica. Em geral, objetivamos compreender, a partir da singularidade de cada mulher, como se dá o fenômeno do abuso de benzodiazepínicos no contexto da saúde mental. Para tal, procuramos, por meio de um estudo de caso e de uma escuta singularizada, identificar como ocorre a relação do sofrimento psíquico de uma mulher e o uso de benzodiazepínicos, buscando articular a relação desse sofrimento com os significantes apresentados em sua fala. Posteriormente, realizamos a escrita do ensaio metapsicológico, mediante os conceitos psicanalíticos e a narrativa apresentada no caso. Nesse momento, convocamos os referenciais e conceitos da psicanálise, do feminino e da singularidade, pois esse campo do saber nos possibilita trazer contribuições para essa discussão, na medida em que nos permite examinar a feminilidade na perspectiva do sujeito, como algo que se estrutura na relação com o desejo. Após isso, tendo em vista que o os sintomas apresentados pelos sujeitos em sofrimento psíquico não são restritos às alterações orgânicas, tecemos as contribuições do estudo para a clínica de enfermagem frente a função ocupada pelo enfermeiro. Para realizar a escuta, o enfermeiro precisa deslocar-se do lugar de detentor do saber (especialista), uma vez que o saber deve ficar do lado de quem fala. Compreendemos que não se trata de transformar os enfermeiros em psicanalistas, nem de uma proposição de um modelo exato para realizarmos uma assistência à saúde, mas em uma prática de enfermagem que não negue a singularidade e se proponha ir além de articulações produtoras de procedimentos e técnicas. Assim, interrogamos o lugar ocupado pelo medicamento e o uso abusivo de benzodiazepínicos subvertendo os métodos de padronização, classificação ou sistematização do sofrimento psíquico. Esperamos, portanto, por uma clínica de enfermagem, no contexto da saúde mental, que reconheça o sujeito do inconsciente e suas relações com a manifestação da fala.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Enfermagem; Psicanálise; Saúde mental; Medicalização; Sofrimento psíquico.</span></font></div>