Utilização da água em domicílio e a dengue: uma questão de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Brito, Sandra Maria de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=67729
Resumo: Teve-se como objetivo compreender as percepções de gênero em idosos inerentes à utilização da água no domicílio e suas repercussões na prevenção da dengue no município de Fortaleza no período de 2010 a 2011. Trabalho norteado pelos questionamentos: quais as concepções do idoso sobre a utilização da água em domicílio, a dengue e suas medidas preventivas? Quais os aspectos socioculturais na utilização da água em domicílio pela pessoa idosa que levam aos focos do mosquito? Como a memória do idoso concernente à utilização da água pode ajudar a compreender os comportamentos culturais das comunidades no combate/prevenção da dengue? Quais as estratégias usadas pelo idoso para prevenir a dengue? A trajetória metodológica fundamentou-se na abordagem qualitativa do tipo interpretativo. Trata-se de um recorte do projeto da OMS, “EcoBio-Social Research on Dengue and Chagas Sisease in Latin America and the Caribbean”, e teve como cenário as quadras 84 (Centro), 48 (Parreão) e 99 (José Walter) em virtude do seu contexto peculiar no tocante à dengue. Participaram 22 idosos de ambos os sexos, selecionados de acordo com as seguintes características: ter idade igual ou superior a 60 anos, segundo o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso, os quais, com os agentes comunitários das quadras supracitadas, juntamente com a pesquisadora, identificavam a existência de pessoa idosa na faixa etária estipulada. Quase todos os idosos dos clusters pesquisados foram incluídos, apenas uma senhora se recusou a participar. Os dados foram obtidos no período de outubro de 2010 a janeiro de 2011, por meio das técnicas de entrevista semiestruturada, observação livre com anotações em diário de campo e fotografias. As informações foram analisadas pelo método de análise de conteúdo temático, que busca núcleos de sentido, e discutidas com base nos pensamentos dos autores adotados, como eixo teórico. Após submissão do material coletado no campo às etapas da análise de conteúdo, foram construídos os seguintes temas: perfil geral dos participantes; caracterização sóciodemográfica por cluster e por gênero; memória dos idosos no resgate histórico da utilização da água em domicílio por cluster; percepções e modo de lidar com a dengue no cotidiano dos idosos; utilização da água em domicílio: aspectos sócioculturais, políticos e de promoção da saúde; estratégias populares de idosos no enfrentamento da dengue; e limites e possibilidades na prevenção da dengue. Os resultados assinalaram para a necessidade do resgate cultural, ambiental, social da utilização da água nos bairros; prevenção da dengue nos bairros estudados bem como, para os idosos, uma reconstrução de cidadania e de incentivo à autoestima deles. Além disso, é preciso ampliar a responsabilidade do poder público no incremento da adoção de novas medidas de prevenção à doença, promoção à saúde, fazê-lo atuar em conjunto com a população sem responsabilizá-la individualmente, criando espaços de rede para discussão e empoderamento da comunidade.&nbsp;<div>Palavras-chave: Água. Idoso. Dengue. Gênero. Saúde Pública.&nbsp;</div>