Trabalhadores da construção civil de Fortaleza: uma história de luta e aprendizado de 1988 a 1991

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Mendes, José Ernandi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=7339
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Registrando a história e fatos envolvendo a caminhada dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza, numa perspectiva de enfrentar a sua desorganização diante das difíceis condições de trabalho e de vida, deparo-me com a prática político-sindical como importante elemento educativo que forja nos dores novas percepções de si e do mundo. trabalhadores novas percepções de si e do mundo.Em meio às dificuldades políticas de uma sociedade historicamente autoritária e de um sindicalismo tradicionalmente vinculado ao aparelho estatal, os trabalhadores da construção ci- vil criam condições para apresentarem-se como sujeitos na relação capital-trabalho. Este processo de aprender-se sujeito, reconhecer-se enquanto tal e ser reconhecido, não ocorre sem luta. Rom- pendo com o espontaneísmo&nbsp;de "esperar demais", a formação do Grupo de Oposição Sindical no final da década de 80 é passo para a construção de uma identidade de classe.&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">A primeira greve da categoria, em março de 1989, "escolarizou" os trabalhadores enquanto sujeitos políticos no setor da construção civil. Este único ato destroe mitos e fantasmas que povoam a consciência dos trabalhadores. "Trabalhadores da construção civil não são mais acomodados, fazem greve", reconhece eles próprios.&nbsp;</span><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A partir daí, ocorre o I Congresso dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza; depois vêm mais greves, reivindicando alimentação nos canteiros de obra, vale transporte, água para banho, etc. Junto surge um novo homem que se descobre expoliado.&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">O sindicato constitui-se como importante educador coletivo, "intelectual orgânico" neste processo, orientando-os para a luta, levando-os a enxergar e a revoltarem-se contra as inúmeras irregularidades trabalhistas até então silenciadas e camufladas.&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">A partir deste trabalho, pode-se concluir e afirmar que as dimensões políticas e ideológicas da educação são imprescindíveis elementos na formação do cidadão, do sujeito histórico. E que a instituição sindical, como organismo autônomo constitui-se numa importante escola para a emancipação das classes exploradas.</span></div>