Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Martins, Mariana Ximenes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=118484
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Resumo: |
Este estudo investiga como jovens da escola pública Estado do Paraná, localizada em Fortaleza-CE, expressam suas identificações e diferenças, através de agenciamentos musicais, analisando tanto a escuta do funk proibidão durante os intervalos escolares quanto a produção musical na banda de fanfarra. A pesquisa parte do entendimento de que marcadores sociais da diferença como raça, sexualidade, origem social e local de moradia influenciam as experiências desses/as jovens dentro e fora do ambiente escolar. A banda de fanfarra se configura como um espaço de aprendizagem e sociabilidade, no qual os/as estudantes desenvolvem habilidades musicais, constroem laços afetivos e afirmam suas diferenças. Ainda que possua um repertório musical pré-estabelecido, a banda também é um espaço de criação e negociação de significados. A análise das interações e relatos juvenis foi orientada pelo conceito de experiência de Turner (1986), que entende a vivência social como um processo dinâmico e transformador. Assim, observa-se como os/as jovens experimentam a escola de maneira não homogênea, ressignificando normas institucionais e ampliando as possibilidades de participação nesse espaço. A escuta pública do funk proibidão no período dos intervalos não apenas afirma identidades e pertencimentos, mas também tensiona as normativas que buscam proibir a presença desse subgênero no espaço escolar. A partir da perspectiva de Foucault (1998), analisa-se como o controle disciplinar da escola não apenas proíbe, mas também produz ressignificações e contestações. As regras institucionais, como a proibição do uso da caixa de som da escola pelos(as) estudantes e a censura de determinadas músicas, revelam um embate constante entre a regulação escolar e os gostos musicais dos/as estudantes. Inspirando-se na noção de conflito social de Gluckman (2010), a pesquisa demonstra como essas disputas são constitutivas da dinâmica social. Além do ambiente escolar, a pesquisa examina a Praça Frei Galvão, localizada no bairro Jardim América, como um espaço público de socialização que interage diretamente com as práticas juvenis. Esse universo de lazer e encontros não apenas reforça os laços entre os/as jovens, mas também influencia sua maneira de ocupar a escola. O repertório musical ouvido na Praça, a exemplo, se reflete nas preferências musicais expressas dentro da escola, ampliando os sentidos de proximidade e reforçando redes de solidariedade. Baseando-se em Brah (1996) e Hirano (2019), o estudo investiga como as experiências vividas na Praça e na escola evidenciam interseccionalidades, manifestando-se no entrecruzamento de diferenças, conflitos e agências. Metodologicamente, a pesquisa adota uma abordagem etnográfica, com observação direta, descrições das interações dos/as jovens através de cenas e análise de relatos. Essa escolha permite captar os modos pelos quais a música opera como um catalisador de pertencimento e contestação. Dessa forma, a pesquisa demonstra que, em um contexto permeado por tensões simbólicas e disputas normativas, os/as jovens produzem sentidos coletivos e ampliam as formas de expressão no espaço escolar. |