Análises biométricas e quimiométricas relacionadas a longevidade e vigor de sementes de cajueiro Anacardium occidentale L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Queiros, Joao Ravelly Alves De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=110809
Resumo: O cajueiro, Anacardium occidentale L., é uma planta de grande porte nativa da América do Sul. Apresentando grande importância sociocultural e econômica do nível regional ao internacional, tem como principais produtos o pseudofruto, utilizado para consumo fresco, em doces e bebidas; e a castanha, com foco na amêndoa. Por apresentar elevada distribuição natural em toda região nordeste brasileira a espécie sofre com ações antrópicas de degradação, sendo necessária a preservação dessa diversidade em bancos de germoplasma. Originalmente essa conservação se dá por meio de cultivo de plantas em campo devido a conhecida perda de vigor germinativo das sementes mesmo em curtos períodos de armazenamento. Objetivou-se avaliar a influência de aspectos biométricos na longevidade e caracterizar compostos químicos relacionados com o vigor germinativo de sementes de cajueiro. Em um primeiro ensaio, sementes de cajueiro mantidas a -18°C por 20 anos foram avaliadas quanto a características físicas e quanto a emergência. Foi possível constatar dois genótipos com elevada porcentagem de emergência (88,57% e 84,29%), em contraste com outros dois de reduzidas porcentagens (10% e 40%), evidenciando-se a diminuição da viabilidade com o armazenamento a longo prazo, principalmente para genótipos que já apresentaram baixa germinação inicialmente. O tamanho da semente teve correlação negativa com a porcentagem de emergência, indicando que sementes médias e menores (com massa ≤ 8,10g) atingem maiores taxas de emergência. Dessa forma as sementes de cajueiro apresentaram comportamento ortodoxo quanto à conservação, sendo possível determinar que o armazenamento em câmara fria é uma estratégia viável para a conservação de germoplasma de cajueiro. No segundo ensaio, sementes de sete genótipos de cajueiros armazenadas em câmara fria (+18°C) foram avaliadas quanto a biometria e então submetidas a testes de emergência. Uma subamostra de sementes foi encaminhada para análises quimiométricas, sendo realizada uma extração de compostos por partição utilizando hexano e solução hidroalcoólica; seguindo-se de análise de ésteres metílicos de ácidos graxos com análise em cromatografia gasosa acoplada a detector de ionização de chama e também ressonância magnética nuclear (RMN). A partir dos resultados foi evidenciada uma grande variabilidade entre os acessos quanto aos parâmetros biométricos das sementes e nas porcentagens de emergência dos genótipos variando de 0% a 91,43%. A porcentagem de emergência teve relação negativa com todos os fatores biométricos, a cromatografia apontou para uma composição de lipídios de amêndoa de caju com elevada concentração de ácido cis-9-oleico (+60%) e correlação entre emergência e teores de ácido esteárico. Por outro lado, com os resultados de RMN foi possível relacionar a composição química e o tamanho da semente com teores de sacarose, e vigor com teores de estaquiose. Percebe-se que a germinação de sementes de cajueiro varia em relação ao genótipo e seu particular acumulado de compostos químicos relacionados à tolerância à dessecação e à integridade fisiológica. O conhecimento dos diferentes perfis biométricos e quimiométricos de cada genótipo de cajueiro poderá auxiliar na melhor gestão da conservação de sementes em longo prazo e estabelecimento de procedimentos operacionais quanto ao tempo de armazenamento e multiplicação de amostras.