Aprendizados e insurgências das mulheres na luta pela terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Mila Nayane da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=94815
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar os aprendizados ocorridos nas reverberações políticas e subjetivas da inserção das mulheres residentes no Acampamento Zé Maria do Tomé, na perspectiva de desvelamento do patriarcado concomitante ao sistema capitalista, e das insurgências no cotidiano de luta pela Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Chapada do Apodi – Ceará. O desenvolvimento da investigação, de cunho qualitativo, exigiu a inserção na realidade do acampamento ora citado, com observações de campo, conversas informais, participação em momentos de luta e ainda a realização de Grupo Focal para ouvir as mulheres. O referencial teórico está embasado em categorias fundamentais às análises sobre a temática, destacando-se o patriarcado e referente à mulher camponesa, a partir das obras de Esmeraldo (2006, 2008, 2013), Saffioti (2015), Curiel (2015), Galindo (2015). Quanto aos processos educativos no âmbito dos movimentos sociais no campo, a educação não formal, a práxis política e a conscientização, a fim de identificarmos as práticas de insurgência, temos como base, Freire (2001, 2015, 2016), Carvalho e Pio (2017), Barbosa (2016), Gohn (2011, 2013), Vendramini (2000), entre outros. Constatou-se na pesquisa que as camponesas passaram por um processo de transformação durante a participação efetiva na organização do acampamento. A inserção na luta pela Reforma Agrária oportunizou às mulheres uma visão crítica no que concerne à desigualdade de gênero, propiciando-lhes aprendizados e conhecimentos essenciais às práticas de despatriarcalização. Todavia, em meio a conflitos explícitos ou implícitos com a cultura hegemônica masculina, evidenciada nos enfrentamentos que as acampadas demonstram travar com os seus companheiros. A autonomia encontrada no espaço da “cozinha”, de forma dialética impulsiona as mulheres a superarem a configuração que as atrela à desvalorização, desta maneira, reafirmam-se como protagonistas de sua própria história de conquista da terra e de uma nova vida, em busca da emancipação em sentido horizontal, apoiando-se nas aprendizagens constituídas em meio às lutas no Acampamento Zé Maria do Tomé. Palavras-chave: Mulheres. MST. Aprendizados. Conscientização. Despatriarcalização.