Perfil epidemiológico dos atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição em Sobral, Brasil, de 2013 a 2022

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Andrade, Rafael Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113047
Resumo: A raiva representa grave ameaça à saúde pública, sendo vacina a forma comprovada e eficaz de prevenir a doença, após exposição ao vírus. Assim, objetivou-se caracterizar o perfil, a evolução temporal e as condutas adotadas nos atendimentos antirrábicos humanos pós-exposição em Sobral, de 2013 a 2022. Para isso se realizou um estudo retrospectivopor meio da coleta de dados secundários das fichas de atendimentos antirrábicos,informados no SINAN. Para isso, foram considerados os 65 campos epidemiológicos da ficha de investigação,considerando dados sociodemográficas, epidemiológicos, profilaxia indicada e conduta.Os resultados evidenciaram 12.160 atendimentos antirrábicos, com altos coeficientes de incidência (57,64 a 81,23 pessoas agredidas para cada 10 mil habitantes), prevalecendo condutas inadequadas, com 6.376 (52,42%), que reduziram 6,47% ao ano (p=0,022). Enquanto as condutas adequadas aumentaram 18,53% a cada ano (p=0,022). No período houve aumento médio anual de 1,68% no número de agressões (p=0,275).Comumente ocorreram no inverno (27,36%). Contudo, o verão teve aumento significativo de 3,02% (p=0,019). Prevaleceram acidentes em indivíduos com ensino médio (10,10%), pardos (71,85%). Comumente no sexo masculino (53,55%), com condutas inadequadas significativa no sexo feminino (55,26%) onde se constatou maior aumento nas agressões. Houve predomínio de ocorrências habitualmente na faixa etária de 21-40 anos (30,83%), com aumento de 5,02% ao ano (p=008) e erros de condutas na faixa etária de 1-10 anos (RP=1,41; P=0,0001), onde também se detectou um aumento médio anual de 10,84% (p=0,019).A maioria das agressões foram em áreas urbanas (77,32%), prevalecendo erros nas condutas quando a zona de residência foi periurbana (59,98%). Já os aumentos mais expressivos nas agressões foram em zona rural (p=0,033). Ademais, prevaleceram exposições principalmente pela espécie canina (70,82%) e felina (25,05%), com chances significativas de ocorrer erros (p=0,0001). Agressões por morcegos tiveram aumento expressivo de 40,41% (p=0,018); e por raposas, com aumento de 11,10% ao ano (p=0,026).Prevaleceram cães e gatos sadios (51,93%) e passivos de observação (59,30%). Lesões únicas (58,10%) e mordedura (87,11%) foi o tipo de exposição mais comum, além de prevalecerem os ferimentos superficiais (49,18%), sendo propício a inadequações (p=0,0001), frequentemente, em mãos e pés (45,17%). Já os erros foram significativos nas lesões de cabeça, tronco e membro superior (p=0,0001). Prevaleceram acidentes graves (91,10%). Predominou observação e vacina com 5.147 (42,29%), com redução de 15,28% ao ano (p=0,009). Já indicação de vacina houveaumento significativo de 8,32% (p=0,001), assim como o indicativo de vacina e soro que se detectou maior aumento, chegando a 31,79% (p=0,006). O soro antirrábico humano foi indicado a 13,17% dos pacientes. Na série histórica foram aplicadas 25.195 doses de vacina antirrábica humana. 1.152 (13,04%) pessoas interromperam o uso da vacina, maiormente, por abandono, em 1.067 (92,62%) e realizado busca ativa a 60,07%. Os resultados indicam a adoção de diretrizes mais criteriosas pelos serviços de saúde para reduzir os riscos da raiva à população humana. Constata-se a necessidade de atualizações constantes dos profissionais de saúde envolvidos na indicação da profilaxia pós-exposição afim de redução de condutas inadequada.