Avaliação da ação antibacteriana, antifúngica e toxicidade dos resíduos do coco verde (Cocos nucifera L.)

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Matos, Danielle Maria Almeida
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=104385

A cultura de comércio do Cocos nucifera L. (coqueiro) tem importante valor econômico e social para o Nordeste do Brasil. Essa palmeira possui um fruto muito conhecido e consumido devido aos seus valores nutricionais e medicinais. Em contrapartida, a cocoicultura é afetada negativamente pela produção de muitos resíduos orgânicos que, em grande parte, são descartados inadequadamente e causam prejuízos ambientais. Além do impacto ambiental, a cadeia de produção do coco passa por problemas fitossanitários com a incidência de doenças infecciosas causadas por fungos, que comprometem a qualidade dos frutos do C. nucifera. Como alternativa para esses problemas é duplamente vantajoso aliar propostas de reaproveitamento de resíduos com a busca por novas moléculas bioativas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação antibacteriana, antifúngica e a toxicidade geral dos extratos brutos da casca bem como do líquido da casca do coco verde (LCCV). Foram obtidos diferentes extratos da casca do coco, os quais foram caracterizados por meio de espectroscopia (infravermelho e ressonância magnética nuclear) e submetidos a determinação fitoquímica para investigar a presença de compostos com potenciais bioativos. Para a análise da atividade biológica das amostras foram realizados ensaios de toxicidade in vitro contra o microcrustáceo Artemia salina; além da atividade contra Staphylococcus aureus e Salmonella typhimurium pelo método de difusão em disco, e ação contra duas cepas do fungo Lasiodiplodia theobromae pelo método de difusão em ágar, variando tempos de exposição e as concentrações dos extratos. Os teores máximos obtidos foram de 21,89 mgEAG/g para fenóis e 7,31 mgEQ/g para flavonoides, para o extrato acetânico. Os resultados indicaram baixa toxidade dos extratos brutos e do líquido do coco frente a A. salina. Na avaliação antifúngica frente a L. theobromae, o extrato éter etílico apresentou concentração efetiva média (CE50) < 1 &#956;g/mL, sendo classificado com alta eficiência antifúngica. Contudo, as amostras não se mostraram ativas frente a culturas bacterianas. Estes resultados levam a sugerir estudos sobre o modo de ação contra fungos patogênicos e o desenvolvimento de rotas alternativas para a produção de defensivos naturais.