Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Cisne, José Joaquim Neto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE MADRID
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=72418
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Resumo: |
Nas últimas décadas cresceu a importância dos estudos que indagam acerca de como a aprendizagem, a cooperação e a inovação tecnológica influem no processo de desenvolvimento em um território. Estes estudos surgem no interior do novo paradigma de desenvolvimento endógeno, que pressupõe a convergência de forças capazes de gerar aprendizagem contínua, externalidades positivas e dinamizar as potencialidades próprias do território. Esta pesquisa trata do modelo sistêmico da inovação, vinculado à corrente econômica evolucionista, que declara influência schumpeteriana e enfatiza a importância do conhecimento, a aprendizagem e a interatividade para sustentar um sistema de inovação. Resulta difícil porém, conceber um desenvolvimento endógeno sem uma participação ativa dos agentes na criação de territórios inovadores (<em>learning region</em>). Esta tese de doutorado, cujo tema é o sistema regional de inovação no contexto do desenvolvimento endógeno no Ceará, tem por objetivo analisar as interações das diferentes organizações de ciência, tecnologia e inovação (CTI) e as empresas que constituem os entornos (científico, tecnológico e serviços avançados, financeiro e produtivo) e que formam o Sistema Regional de Inovação (SRI). Procura analisar estas interações buscando compreendê-las como estratégias para ensejar um círculo virtuoso para consolidar este sistema de inovação e dinamizar o desenvolvimento endógeno. Demonstra que o desempenho inovador depende não somente do desempenho destes agentes, assim também de como eles interagem com os demais agentes. O campo empírico desta pesquisa é o Sistema Regional de Inovação do Ceará, cujos estudos ainda são escassos. Este é um Estado-membro da Federação brasileira que, por um esforço de suas políticas governamentais e as reformas administrativas, políticas e institucionais implantadas, têm mudado o eixo dinâmico de sua economia do setor primário-exportador para os setores industrial e de serviços. As medidas institucionais de apoio às atividades de inovação, no entanto, não produzem os efeitos planejados. A metodologia desta pesquisa utiliza critérios quantitativos e qualitativos, mediante o desenho de pesquisa dos tipos exploratório e descritivo combinados. Trata-se de uma pesquisa descritiva para explicar e interpretar os fenômenos relacionados. Efetua-se uma revisão bibliográfica e se aplicam questionários e entrevistas aos dirigentes das referidas organizações de CTI e empresas selecionadas. Para a interpretação das declarações destes dirigentes, se utilizou a técnica de Análise de Conteúdo e para verificar a intensidade das interações dos referidos agentes e entornos foram criados gráficos, utilizando o <em>software</em> UCINET. Também se fez uma análise DAFO deste sistema de inovação, identificando suas fortalezas, ameaças, debilidades, oportunidades, bem como os desafios de futuro. Entre os principais resultados, conclui-se que o Sistema Regional de Inovação do Ceará está em fase de elaboração e as debilidades o caracterizam como um sistema incompleto e imperfeito. Especialmente, destaca a falta de uma cultura de cooperação, que se expressa em fracas interações da maior parte de seus agentes, o que dificulta o desempenho das <em>forças do desenvolvimento</em>, com negativas consequEncias para o desenvolvimento endógeno no Ceará. As interações mais fracas se verificam dos agentes do entorno produtivo com os agentes dos entornos científico e financeiro. Ao final, fazem-se algumas propostas para criar um ambiente inovador, fortalecer as interações entre os agentes e consolidar o referido sistema de inovação. Entre elas se destacam as seguintes sugestões: a melhora das ações de educação em seus níveis (fundamental, médio, profissional e superior); o fortalecimento do papel institucional da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (SECITECE), do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECT e I), e da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), para que coordenem as políticas de ciência, tecnologia e inovação, inclusive os programas de financiamento, de modo a facilitar o acesso dos agentes e estimular as empresas em seus processos de inovação, tendo em conta as prioridades definidas pelos planos de CTI, avaliando sistematicamente seus resultados; desenvolver programas junto às organizações de CTI para criar condições financeiras e de trabalho para atrair e evitar a fuga de cérebros (<em>brain drain</em>) e suas consequencias negativas para o processo de desenvolvimento; fazer cumprir as medidas institucionais já adotadas; fortalecer as cadeias produtivas, as pequenas empresas e os <em>clusters</em> das empresas inovadoras no Ceará; entre outras. Espera-se que estas e outras medidas propostas, conjugadas com os resultados desta pesquisa, possam possibilitar a elaboração de políticas e programas mais adequados para impulsionar as atividades de ciência, tecnologia e inovação e dinamizar o desenvolvimento endógeno no Ceará. |