Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Germana Maria da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=103124
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Resumo: |
O exercício da prostituição impõe comportamentos que tornam as mulheres vulneráveis à aquisição de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), tais como: elevado número de parceiros sexuais, relações sexuais desprotegidas, acrescida do risco decorrente do uso de substâncias químicas. Assim, esse estudo tem como objetivo geral apreender as representações sociais das profissionais do sexo sobre a prevenção das IST/HIV/aids. Trata-se de uma pesquisa do tipo estudo exploratório e descritivo, norteado pela abordagem processual da Teoria das Representações Sociais, através de multimétodos. Foi desenvolvida na Associação Sobralense das Trabalhadoras do Sexo em Sobral-CE. Participaram 110 mulheres entre 18 e 40 anos, divididos em dois grupos. O grupo A foi composto por 63 mulheres profissionais do sexo que usaram preservativos (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais nos últimos seis meses. O grupo B foi composto por 47 mulheres profissionais do sexo que não faziam uso ou faziam uso irregular do preservativo (masculino ou feminino) nas relações sexuais nos últimos seis meses. Para coleta de dados utilizou-se três técnicas: a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), um Formulário Sociodemográfico e uma Entrevista em Profundidade. Os dados decorrentes da técnica de associação livre foram analisados com auxílio do software EVOC®, os dados do questionário sociodemográfico, foram organizados em um banco de dados no SPSS e posteriormente submetidos à análise estatística descritiva simples por meio de médias e distribuição de frequências para definir o perfil socioeconômico das profissionais do sexo, e a análise do material discursivo produzido pelas entrevistas foram organizados em outro corpus que foi submetido à análise de similitude com o auxílio do software IRAMUTEQ. O estudo obedeceu aos critérios éticos estabelecidos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa com seres humanos e teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, com parecer de número 3.002.238. Os resultados mostraram que houve predominância de mulheres jovens com idade média de 27,5 anos, solteiras, que cobram baixo valor pelo programa (30,00R$ à 50,00R$), vivem apenas da prostituição e possuem baixo nível de escolaridade (27,3% concluíram o ensino fundamental). Dentre os elementos representacionais, estão presentes o receio de contaminar-se pelo vírus HIV e, em consequência, o temor à morte. Com relação à investigação das representações sociais sobre prevenção das IST/HIV/aids, o grupo A e grupo B, mostraram semelhança em dois termos do núcleo central preservativo e associação e uma diferença nos termos seringa descartável e fidelidade. Entretanto, o grupo A apresentou o termo seringa 7 descartável que se refere à prevenção as IST/HIV/aids ao utilizar drogas injetáveis, mostraram conhecimento correto em relação a prevenção pelo uso da seringa descartáveis e o grupo B o termo fidelidade, revelando uma menor proteção no sexo pois tinham parceiros fixos, e acreditavam que eles fossem fiéis, o que mantem uma compreensão equivocada de proteção. O preservativo foi entendido pela maioria das mulheres desse estudo como um elemento fundamental para a sua segurança pessoal, de sua família e de seus clientes. Diante dessa realidade, percebemos que as representações dessas mulheres sobre a prevenção do IST/HIV/Aids se estabelecem em seu dia-a-dia de forma confusa, fragmentada e incompleta, o que, com certeza, não as permitem explorar a vida sexual de forma segura, saudável e livre de riscos. Observa-se que a questão da aids faz emergir no universo simbólico dessas mulheres preocupação, incertezas e medo. Entretanto, esses sentimentos não propiciam a elas efetivarem mecanismos de proteção. Para algumas, as preocupações relacionadas às vivências afetivo-sexuais giram em torno da fidelidade e confiança no parceiro, e nesse caso, dispensam o uso consistente do preservativo masculino ou feminino. De maneira geral, as participantes do grupo B não são capazes de incorporar em suas condutas sexuais as informações que expressam ter, embora permaneça o medo de contrair a doença. Palavras-chave: Cuidado. Enfermagem. Profissionais do Sexo. HIV. Psicologia Social. |