PRECEPTORIA NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: MAERSCHNER, ROSANE DE LUCCA
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: PROFISSIONAIS DA SAÚDE - EDUCAÇÃO
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87354

Objetivou-se compreender a percepção de profissionais de saúde na função de<br/>preceptores do Programa de Educação pelo Trabalho PET-Saúde, identificando as<br/>práticas exercidas, potencialidades, desafios e significados do exercício de<br/>preceptoria. O SUS tem como competência a formação de seus profissionais. No<br/>sentido de aproximar academia ao serviço e comunidade, influenciar a<br/>aprendizagem do estudante e promover remodelagem curricular, buscando<br/>formação de profissionais com perfil adequado às necessidades do sistema de<br/>saúde, o Ministério da Saúde institui esse Programa. A Estratégia Saúde da Família<br/>emerge como possibilidade de reestruturação dos serviços e novas práticas de<br/>intervenção na atenção à saúde. Sendo potencial cenário para reflexão da formação<br/>e qualificação dos serviços, o PET-Saúde propõe que estudantes da área da saúde<br/>atuem nos serviços, realizando ações de pesquisa, extensão e intervenção, tendo<br/>como preceptores profissionais vinculados à ESF. O estudo desenvolveu-se em uma<br/>Coordenadoria Regional de Saúde, do município de Fortaleza-CE. Pesquisa<br/>descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, cujos sujeitos sociais foram<br/>profissionais que executavam as práticas. Utilizou-se para coleta de dados entrevista<br/>semiestruturada, gravadas e transcritas. A organização e análise dos mesmos<br/>fundamentam-se na perspectiva crítica reflexiva da Análise de Conteúdo Crítica.<br/>Foram entrevistados 15 preceptores, lotados em Unidades de Saúde, que atuaram<br/>por pelo menos um ano nessa função. Os resultados apresentaram que esses<br/>preceptores eram motivados a participar do PET, através da oportunidade de<br/>reaproximação com a universidade e da qualificação profissional. Proporcionava<br/>movimentos de mudanças na rotina e estímulo ao trabalho. A rotina desmotivante<br/>era renovada com a presença dos estudantes, que traziam à juventude ideias novos<br/>e novos olhares no desenvolvimento das atividades. Eles se reconheceram como<br/>responsáveis no intercâmbio do aprendizado e mostraram-se preocupados com a<br/>qualidade da formação dos acadêmicos. Interagiam com a comunidade através de<br/>ações de prevenção e educação em saúde, a partir das necessidades surgidas no<br/>planejamento, e os estudantes eram incentivados a participar de ações rotineiras do<br/>serviço. Algumas relações se entrelaçam, além dos estudantes, havia a relação com<br/>tutores, gestores e outros profissionais. A relação com tutores era boa, porém<br/>necessitava de maior proximidade deles no cenário de prática. A relação com<br/>gestores poderia fluir bem, colaborando na interação ou criando barreiras. Nessa<br/>função, superavam o sentimento de isolamento no trabalho, experimentando<br/>atuação em equipe multiprofissional e atitudes colaborativas na relação com os<br/>acadêmicos. Contribuíam para o aprendizado do aluno, respeitavam e fortaleciam<br/>suas potencialidades e diferenças. Caminhavam para possibilidades de lidar com<br/>novos olhares e gostavam disso. Mostraram dificuldades com questões relacionadas<br/>ao incentivo e à disponibilidade de tempo dos alunos. Mudar práticas instituídas,<br/>contudo, não é tarefa fácil. Avaliaram que o programa ao sair da Unidade esmorecia,<br/>e as atividades voltavam à rotina. Há necessidade de melhor formação sobre<br/>metodologias científicas e pedagógicas. O programa é potente, mas é necessário<br/>implementar gestões dialógicas para melhor circulação das potencialidades do PET<br/>nos serviços.<br/>Palavras-chave: Saúde da família. Ensino em Saúde. Preceptor. Educação<br/>Permanente.